domingo, 20 de janeiro de 2019

Sobre desconectar-se ...

Estava há quase um mês sem acessar redes sociais como facebook e instagram e descobri que não fez falta alguma. O motivo inicial era minha necessidade de focar na pós-graduação, nos textos finais e prazos a serem cumpridos. E as férias do trabalho também possibilitou isso. Descobri que se “desconectar” um pouco das redes faz com que estejamos menos “antenados” com o que acontece com o outro ou com os outros e conseguimos ficar mais próximos de nós mesmos. Neste tempo eu percebi que li mais, organizei melhor minha vida pessoal, vislumbrei novas possibilidades profissionais, fiquei menos estressada, assisti vídeos da prática de meditação, etc. Não estou advogando pelo não acesso às redes sociais, somente estou fazendo uma reflexão de que, muitas vezes, mesmo sem perceber perdemos muito tempo nelas. Tempo precioso. Tempo que poderia ser melhor aproveitado. Há mérito no acesso de redes sociais quando há objetivos claros. Matar a saudade de um parente ou amigo distante. Vender coisas. Atualizar eventos ou marcar participação neles, etc. O problema é quando fazemos delas nossa “válvula” de escape do mundo real. Quando deixamos de conversar com quem está a nossa frente, quando deixamos de lado nossos afazeres domésticos ou profissionais para ficar de expectador da vida alheia. Quando paramos a todo instante para fazer “selfies” e postar nossa “felicidade” particular. Muitas vezes nem estamos tão felizes assim. Creio que todo mundo deveria fazer esta experiência. Desconectar-se um pouco do mundo virtual da vida privada alheia para se conectar com a própria vida. Há muita beleza no mundo “off-line” que está passando despercebida. A beleza da conversa fiada ao vivo com os amigos. O encontro de domingo com os pais. A paz da leitura silenciosa de um livro bom. Desfrutar com calma de um café recém-passado. Apreciar a chuva no vidro da janela. O abraço apertado de quem temos afeição. E mesmo um beijo apaixonado de quem nos tira “o chão”. E nada disso precisa de likes. Pode ficar registrado para sempre na nossa memória e no arsenal de nossas experiências. Eu sei que as tecnologias e todo o arsenal virtual permeiam nossa vida de modo que não há como “fugir” delas. Talvez este texto você esteja lendo também via recurso digital visto que disponibilizo meus textos no blog pessoal e redes sociais. E isso não é ironia. Todos recursos a nosso dispor devem ser usados em nosso favor. É nisso que queiro chamar atenção. Estipule seu tempo de acesso e tenha mais tempo para si. Mais tempo para o que realmente importa. E para isso é preciso desconectar-se um pouco. ******************************************************************************************************************** Andressa da Costa Farias *********************************************************************************************** Texto publicado no jornal Diário de Santa Maria dia 11 de fevereiro de 2019 na seção artigos.

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