tag:blogger.com,1999:blog-43664431354683320672024-03-13T09:31:06.860-07:00Andressa escreve...andressacfhttp://www.blogger.com/profile/15623647261254306243noreply@blogger.comBlogger101125tag:blogger.com,1999:blog-4366443135468332067.post-6638751870937000402021-07-26T05:49:00.003-07:002021-08-11T06:30:40.805-07:00<p> <span face="Calibri, sans-serif" style="background-color: white; color: #222222; font-size: 11pt; text-align: center;">Cadê meu pai?</span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0in 0in 10pt; text-align: justify;"> <span lang="PT-BR">O dia dos pais se aproxima e foi inevitável me dar conta da ausência do meu pai aqui. Será o primeiro Dia dos Pais sem ele. E assim, lágrimas (muitas delas) rolaram do meu rosto, da minha alma e do meu coração. Eu sei que estas datas comemorativas são, muitas vezes, clichês comerciais, mas inevitavelmente mexem conosco, pois os veículos midiáticos emergem propagandas de todo tipo “gritando” a importância desta figura primordial na vida de cada um: a presença e a possibilidade de um pai.</span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0in 0in 10pt; text-align: justify;"><span lang="PT-BR"> Possibilidade e presença muitas vezes negada na existência de muitos filhos. Há pais ausentes, há pais que julgam que “basta” dar pensão, há pais que nem queriam terem sido pais, há pais duros, rabugentos, mesquinhos, etc. Há toda “sorte” de pais que nem mereciam este título especial. Mas, há felizmente os verdadeiros pais. Aqueles que se preocupam deste a concepção com a vinda do filho. E que são presentes e amáveis. E este tipo de pai eu tive a sorte de ter. Agradeço, primeiramente, a minha mãe pela bela escolha de companheiro de vida. Meu pai nos amou muito. E deixou isso claro de diversas maneiras enquanto ainda existia neste mundo.</span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0in 0in 10pt; text-align: justify;"><span lang="PT-BR"> O último dia dos pais lhe presentei com uma cesta de café da manhã. Ele sempre gostou de café e da cor vermelha, do time do “Inter”. Tive o cuidado de pedir para personalizar a cor da xícara para que fosse o encarnado que ele gostava. Estávamos longe fisicamente, mas sempre “conectados” nas mensagens de carinho e amor. Em setembro e outubro de 2020 tive a felicidade de conviver um pouco com ele. Seriam os últimos dias juntos, pois em dezembro ele partiu deste mundo para sempre. E hoje eu pergunto: cadê meu pai?</span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0in 0in 10pt; text-align: justify;"><span lang="PT-BR"> Ele ficou aqui no meu coração, nas minhas lembranças, no aprendizado que passou para mim e para os meus irmãos. Ficou na palavra de incentivo quando voltei a dirigir depois de um tempo sem carro, na presença em muitos aniversários, casamento, comunhão, batizado, crisma, etc. No jogo de cintura que me ensinou diante das adversidades da vida, no gosto pelo humor (quem conviveu com ele sabe que havia sempre um sorriso no rosto). Ficou nos filmes do Mazzaropi que assistimos juntos. No respeito por ter escolhido um time diferente do dele para torcer. No abraço dado enquanto caminhávamos na praia aqui em Santa Catarina. E nos últimos tempos na espiritualidade que me ajudou a desenvolver a partir de sua própria experiência com o divino.</span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0in 0in 10pt; text-align: justify;"><span lang="PT-BR"> Enfim, eu procuro o meu pai e sei que ele existe aqui dentro de mim e muitos ecos dele são parte da minha vida, da minha personalidade, da minha essência. Eu queria que todos tivessem pais assim, pais de amor, de verdade e de alma. E que valorizassem a existência deste pai, pois nossa vida é tão fugaz, tão finita, tão imprevisível. Neste dia dos pais e em todos os outros eu procurarei por meu pai e encontrarei aqui dentro do meu coração, da minha alma, lembranças. A assinatura dele, agora meu anjo, está aqui comigo para sempre tatuada no meu braço esquerdo. O lado do coração.</span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0in 0in 10pt; text-align: justify;"><span lang="PT-BR">Feliz dia dos pais a todos os pais !</span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0in 0in 10pt; text-align: justify;"><span lang="PT-BR">Andressa</span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0in 0in 10pt; text-align: justify;"><span lang="PT-BR"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0in 0in 10pt; text-align: justify;"><span lang="PT-BR">************************</span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0in 0in 10pt; text-align: justify;"><span lang="PT-BR">Publicado no jornal Diário de Santa Maria, 08/08/2021</span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0in 0in 10pt; text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghb9eM0T3iv8kJAI5aQqbQjudOP8QCyk8TzRq2eyqDtRc7GLtASitXyHGNXdPsxIYoD_Z6bMUdlvEem0ulgnevwwsIMGNrg5vYCL5tVz-XKM7LlsY3f-FKmJ47Xph-r1_ZPBoYWuUfdA/s1223/WhatsApp+Image+2021-08-10+at+12.59.19+PM.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1223" data-original-width="1161" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghb9eM0T3iv8kJAI5aQqbQjudOP8QCyk8TzRq2eyqDtRc7GLtASitXyHGNXdPsxIYoD_Z6bMUdlvEem0ulgnevwwsIMGNrg5vYCL5tVz-XKM7LlsY3f-FKmJ47Xph-r1_ZPBoYWuUfdA/s320/WhatsApp+Image+2021-08-10+at+12.59.19+PM.jpeg" width="304" /></a></div><br /><span lang="PT-BR"><br /></span><p></p>andressacfhttp://www.blogger.com/profile/15623647261254306243noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4366443135468332067.post-11298062761310418272021-02-28T10:52:00.000-08:002021-02-28T10:52:19.911-08:00<p><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: inherit; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Guimarães Rosa e a pandemia</span></p><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="80m8m" data-offset-key="4oeb7-0-0" style="animation-name: none !important; background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; transition-property: none !important; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="4oeb7-0-0" style="animation-name: none !important; direction: ltr; font-family: inherit; position: relative; transition-property: none !important;"><span style="font-family: inherit;"><span> </span>Uma das passagens mais bonitas de Guimarães Rosa, na minha opinião, é “ O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem”. É preciso muita coragem e resistência para “enfrentar” todas as consequências de uma pandemia provocada pela difusão do vírus Covid-19, e agora, suas variantes. Há luto, há dor, há desemprego, há desobediência às normas sanitárias, há desesperança, há desrespeito de todo tipo, há, principalmente falta de consciência social, política e pessoal.</span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="80m8m" data-offset-key="dg9vo-0-0" style="animation-name: none !important; background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; transition-property: none !important; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="dg9vo-0-0" style="animation-name: none !important; direction: ltr; font-family: inherit; position: relative; transition-property: none !important;"><span style="font-family: inherit;"><span> </span>A pandemia colocou “em xeque” o “correr da vida” do qual menciona Guimarães. A pressa do dia a dia em tempos antes conhecidos como “normais” está ficando cada vez mais no “passado” das lembranças do despertador para acordar, do vestir para sair logo, do café apressado, da necessidade de “pegar a condução” para o trabalho, para a faculdade, para a escola. Parar este ritmo “frenético” do cotidiano foi uma das medidas mais urgentes para “frear” a contaminação do vírus que parece não ter fim. No Brasil já passam de 250 mil mortes até este início de 2021. E mesmo com o surgimento de vacinas a realidade parece não mudar tão cedo. O país “caminha” a passos muito “lentos” na “corrida” da imunização da população. E isso é terrível.</span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="80m8m" data-offset-key="15c9r-0-0" style="animation-name: none !important; background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; transition-property: none !important; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="15c9r-0-0" style="animation-name: none !important; direction: ltr; font-family: inherit; position: relative; transition-property: none !important;"><span style="font-family: inherit;"><span> </span>Terrível, pois há luto por “todo lado”. É impossível atualmente não conhecer uma só família que não tenha ou esteja vivenciando a dor de perder alguém precocemente em virtude desta doença causada pelo Covid-19 ou em decorrência do vírus. Amigos, vizinhos, familiares, todos convivem com a dor. E para além desta dor imensurável do luto, há a dor de perder a estabilidade financeira. O desemprego, a falta de perspectiva econômica é latente. É um efeito “cascata”. Se um setor para, a economia para, todos “param” de alguma forma de contribuir com que o dinheiro circule. E sem circulação de dinheiro não há perspectivas para uma grande maioria de pessoas de “comida” todo dia na mesa. É uma realidade desoladora !</span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="80m8m" data-offset-key="daglm-0-0" style="animation-name: none !important; background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; transition-property: none !important; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="daglm-0-0" style="animation-name: none !important; direction: ltr; font-family: inherit; position: relative; transition-property: none !important;"><span style="font-family: inherit;"><span> </span>Realidade que fica cada vez pior com a falta de consciência na medida em que há pessoas que ignoram as regras sanitárias, que egoisticamente estão “aglomerando”, fazendo “festinhas clandestinas”, viajando, não fazendo distanciamento social, não usando a máscara no rosto corretamente, ou pior, nem usando máscara alguma. Não é difícil ver na rua alguém andando sem o principal equipamento de proteção pessoal e social. É um egoísmo sem fim. Há os que ainda não acreditam na ciência. E são estes que indiretamente “matam” todos os dias a esperança de dias melhores. E do fim desta pandemia que parece interminável, ao menos, no Brasil.</span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="80m8m" data-offset-key="ci8s-0-0" style="animation-name: none !important; background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; transition-property: none !important; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="ci8s-0-0" style="animation-name: none !important; direction: ltr; font-family: inherit; position: relative; transition-property: none !important;"><span style="font-family: inherit;"><span> </span>Talvez o escritor mineiro se estivesse vivenciando esta realidade acrescentaria na sua passagem textual que a vida hoje requer mais que coragem, requer consciência , requer uma dose extraordinária de esperança. Para que possamos enxergar um pouco de “luz” nestes dias tão escuros, tão nefastos em que um vírus invisível “lá fora” testa todos os dias nossa resistência e paciência “aqui dentro” do nosso cotidiano.</span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="80m8m" data-offset-key="5v6jo-0-0" style="animation-name: none !important; background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; transition-property: none !important; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="5v6jo-0-0" style="animation-name: none !important; direction: ltr; font-family: inherit; position: relative; transition-property: none !important;"><span data-offset-key="5v6jo-0-0" style="animation-name: none !important; font-family: inherit; transition-property: none !important;"><br data-text="true" style="animation-name: none !important; transition-property: none !important;" /></span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="80m8m" data-offset-key="dpde5-0-0" style="animation-name: none !important; background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; transition-property: none !important; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="dpde5-0-0" style="animation-name: none !important; direction: ltr; font-family: inherit; position: relative; transition-property: none !important;"><span data-offset-key="dpde5-0-0" style="animation-name: none !important; font-family: inherit; transition-property: none !important;"> Andressa da Costa Farias- @andressa3cf (Instagam)</span></div></div>andressacfhttp://www.blogger.com/profile/15623647261254306243noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4366443135468332067.post-13928485200293778292021-01-19T03:26:00.002-08:002021-01-21T09:43:14.052-08:00 A morte na urgência da vida<p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0in 0in 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR">A gente nunca está preparado (a) para enfrentar a morte. Por mais que seja um fato latente. A gente nunca quer acreditar que de repente quem mais amamos neste mundo, nesta vida, possa deixar de existir. A morte traz sentimentos angustiantes. A sensação de que jamais veremos materializada a pessoa. Jamais ouviremos sua voz novamente. Não poderemos tocar mais sua mão. Sentir seu perfume. Não é fácil. Eu sabia que não ia ser fácil suportar a morte, sobretudo do meu pai.</span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0in 0in 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR">Desde que ele descobriu o terrível câncer linfático, em meados do pandêmico ano de 2020, sempre houve uma esperança. A esperança na ciência, a esperança na medicina, nos médicos, nos remédios, em tudo que fosse possível. Mas, a doença foi “cruel”. Foi dilacerando meu “paizinho” por dentro. Primeiro as quimioterapias, depois a perda do cabelo, do peso, etc. E enfim, um alento no remédio que talvez pudesse “salvá-lo” ou dar mais qualidade de vida para ele já tão debilitado.</span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0in 0in 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR">Mas, infelizmente o tempo do remédio deu, no máximo, a oportunidade para que convivêssemos um pouco mais com o ser incrível que foi meu pai, Gilceu Roque. Nestes dias do medicamento, ao menos, podemos todos ficarmos reunidos em casa com ele. E mesmo bem doente, magro, debilitado, meu pai nunca deixou de acreditar na vida. Escutamos música juntos, fez churrasco para a família, deu muitas risadas, rezamos juntos. E ainda teve tempo para receber alguns amigos ou parentes ali na área da casa para resguardar o distanciamento social numa época de COVID-19.</span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0in 0in 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR">O tempo passou. E infelizmente, de repente, o pai piorou muito. As dores voltaram, houve a hospitalização, a respiração ficou agravada e a vida, enfim, ficou por “um fio” que logo foi cortado. Desfeito. Foram quatro angustiantes dias de U.T.I. E a morte venceu a doença. Um dos dias mais terríveis da minha vida foi a realidade de reconhecer seu corpo no hospital de Caridade, em Santa Maria-RS. Porém, este também foi um momento de paz. Eu não sei explicar, mas vi um semblante alegre do meu pai. Naquele momento agradeci mentalmente o ser humano incrível que ele foi para mim, para minha família e para todos que o conheceram. Meu pai sempre tinha um sorriso estampado no rosto. E nunca, nunca mesmo desrespeitou ninguém. Quanto orgulho ficou da passagem dele por este mundo. E que honra poder ter sua “marca” genética no rosto. Sempre que eu me vejo no espelho, lembro um pouco dele.</span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0in 0in 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR">Então, nestes tempos de morte, desalento, pandemia e tristezas. Fica aqui o meu apelo para a urgência da vida. Para que consigamos focar no mais importante: nas pessoas, nos bons sentimentos, na solidariedade, na elaboração constante de boas memórias nos outros. A vida mostra-se cada vez mais rara e frágil. E por mais difícil que seja sorrir e seguir em frente. É necessário. Por mim, por ti, por cada um. E por todos que agora são, acima de tudo, nossos anjos. Tal qual meu amado e inesquecível pai.</span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0in 0in 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR">*******************************************</span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOqwt8PHHbEqlyDnKls_Av8AUAoZR5wtQt-Vgdnf6E5fRj5SVzWKHPGNecW9I2X7BcNLJVik69NC9bCLBXPU7Iy7wwL3uYk1xcLZIGZ9Z341NiTAkTjKSlCHh0th4VCE22tkF3dlQxjA/s720/eu_pai.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="342" data-original-width="720" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOqwt8PHHbEqlyDnKls_Av8AUAoZR5wtQt-Vgdnf6E5fRj5SVzWKHPGNecW9I2X7BcNLJVik69NC9bCLBXPU7Iy7wwL3uYk1xcLZIGZ9Z341NiTAkTjKSlCHh0th4VCE22tkF3dlQxjA/s320/eu_pai.jpg" width="320" /></a></div><br /><p></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0in 0in 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR"> </span><span style="font-size: 11pt; text-indent: 0.5in;">Andressa</span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0in 0in 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span style="font-size: 11pt; text-indent: 0.5in;">****** Publicado no jornal Diário de Santa Maria-RS, em 21/01/2020.</span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0in 0in 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNEqFvApGpHVckXBKEDRJtymCZJ9K6V290CCcQ6ViD3nhXbrGP5KQcvDOItULW6Jq9N4V8-HMHVu_6thf9nK4unCf7yJEmb1ZePAjhvTnw-RoiA9tUaBvSr1Ed-nRnZwDvf7JDnb9vNA/s568/artigo_21.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="568" data-original-width="291" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNEqFvApGpHVckXBKEDRJtymCZJ9K6V290CCcQ6ViD3nhXbrGP5KQcvDOItULW6Jq9N4V8-HMHVu_6thf9nK4unCf7yJEmb1ZePAjhvTnw-RoiA9tUaBvSr1Ed-nRnZwDvf7JDnb9vNA/s320/artigo_21.jpg" /></a></div><br /><span style="font-size: 11pt; text-indent: 0.5in;"><br /></span><p></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0in 0in 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span style="font-size: 11pt; text-indent: 0.5in;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: 11pt; text-indent: 0.5in;"><br /></span></div><span style="font-size: 11pt; text-indent: 0.5in;"><br /><br /></span><p></p><span style="color: #888888;"><br style="background-color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;" /></span>andressacfhttp://www.blogger.com/profile/15623647261254306243noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4366443135468332067.post-337782394523885632020-07-12T15:59:00.005-07:002020-08-11T11:42:33.619-07:00Se o vírus mata, a arte salva
A frase proferida pelo poeta Ferreira Gullar nunca fez tanto sentido como agora "A arte existe porque a vida não basta". Sim, não basta. É preciso que a arte preencha os sentidos, os vazios, as angústias produzidas pela vida, pelo cotidiano, pelo dia a dia para que a esperança se renove. Para que a coragem se renove e não falte. Ainda mais em tempos tão difíceis como os vividos agora, onde o mundo experimenta os dilemas e desafios diante de uma pandemia.
O alastramento de um vírus ainda sem controle, o "Covid-19", proliferou pelos cantos do planeta muita morte, e especialmente, no Brasil muito luto, muita dor, desemprego, desesperança, caos e desalento. E é, especialmente nestas situações, que a arte surge para "salvar" um pouco a alma adoecida da humanidade. Se o vírus mata, a arte faz viver. Através da palavra, da música, da dança, da literatura, teatro, audiovisual. E a disseminação da arte é primordial para a crença de que sempre haverá uma saída, uma luz, um caminho.
O grande escritor mineiro Guimarães Rosa deixou registrado em algumas passagens do livro "Grande Sertão:Veredas" que "A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem." Sim, a coragem. É tão necessária para viver estas experiências todas. Para dar alento a quem já acha que perdeu "as forças" diante de tamanha injustiça e dor que estes tempos pandêmicos trouxeram.
É muito importante percebermos o quanto a arte tem nos salvado. O quanto a poesia, a música, a produção audiovisual, a dança, a escrita nos tiram um pouco da realidade perversa que assola nossos dias. Estar em contato com a arte ou disseminá-la é dar força e esperança para quem já não vê alento algum no horizonte. E por isso, termino este texto brindando a vida e a sensibilidade dos escritores, poetas, artistas, músicos, atores, etc. Ainda bem que estão conosco neste imenso barco do "mundo". Benditas "cigarras" que renovam a canção a cada verão.
**************************************************<div> Andressa da Costa Farias (Dê).
</div><div>*******************************************************</div><div> Publicado no jornal Diário de Santa Maria, dia 06/08/2020.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRJvlyl6rQkzpoYOfNWajwOs1SlYLTt2oUKygfiMHvdor5p3XOIZ1CPXDF0ZRjiuXt-rfeXKONASEA_5Tvk6AjaWa5mSlh20-_v_ZhK10M1lqsahd9r-cATyigcsfZjsMB8Z3Ogjqfcg/s1969/117444511_2637805373098642_106732221062885568_n.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1969" data-original-width="1861" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRJvlyl6rQkzpoYOfNWajwOs1SlYLTt2oUKygfiMHvdor5p3XOIZ1CPXDF0ZRjiuXt-rfeXKONASEA_5Tvk6AjaWa5mSlh20-_v_ZhK10M1lqsahd9r-cATyigcsfZjsMB8Z3Ogjqfcg/s640/117444511_2637805373098642_106732221062885568_n.jpg" /></a></div><div><br /></div>andressacfhttp://www.blogger.com/profile/15623647261254306243noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4366443135468332067.post-74128059655422738822020-06-26T06:10:00.002-07:002020-07-18T14:39:21.143-07:00O vírus cruel e o ano de 2020
Era janeiro ainda. E assisti a notícia de que um vírus assolava a China. Não dei tanta importância. A China parecia tão longe. Não imaginava que o tal “vírus” fosse chegar até o Brasil. Fevereiro a notícia era de que o vírus estava se espalhando para outras regiões. Ainda assim não dei importância. As outras regiões ainda eram “longe” do Brasil. Mas, em março (ou ainda em fevereiro?) o tal vírus “desembarcou” no país. O tão temido “Covid-19” virou uma pandemia mundial.
E de repente, um dia fui trabalhar e no outro não podia mais ir. Tudo fechou. E as pessoas se voltaram para suas casas, seus lares, sair na rua precisava ser evitado. O álcool em gel virou produto de primeira necessidade assim como lavar as mãos e usar máscara no rosto. Tudo para que o vírus não se “espalhasse” com velocidade. Para dar tempo de “salvar” mais vidas e não deixar a morte surgir em quantidade sem precedentes.
Antes de abril, infelizmente, as mortes começaram a fazer parte do noticiário diário. E talvez sejam potencializadas com o descaso político. A presidência sempre “desdenhou” do tal vírus a ponto de chamá-lo apenas de uma “gripezinha”. E isso desestabilizou a organização de órgãos sérios de saúde, pois nem todo mundo segue as regras para evitar a disseminação do vírus. Ficou “cada um por si”. Prefeitos das mais variadas cidades aplicam ou desaplicam multas em quem descumpre as regras de prevenção. Não está fácil viver assim. Para ninguém. Muitos perderam o emprego. Muitas empresas “quebraram”. O pouco de alguns é o muito de tantos outros.
Já em maio o Brasil figurava na lista dos países que mais pessoas perderam a “luta” para o vírus. Uma triste realidade nacional. E uma vergonha mundial. Nenhum desastre aéreo, ambiental ou tragédia urbana conseguiu “ceifar” tantas vidas de uma só vez. São mais de 50 mil vítimas do coronavírus que jamais poderão voltar para suas famílias, amigos e pessoas que são queridas. O luto é perverso e constante para tantos.
E em junho constata-se o quase óbvio, mas ainda difícil de ser levado a sério. É muito importante investir sempre em educação, pesquisa acadêmica e tecnologia. A área da saúde e seus profissionais são extremamente relevantes. Agora são os verdadeiros “heróis nacionais”. Muitos estão dando “literalmente” suas vidas para a causa. A escolha política séria e consciente é de extrema importância. É a política que gere os rumos do país e a aplicação do dinheiro público. Fazer escolhas equivocadas pode “arruinar” sonhos, vidas, projetos. E isso é lastimável.
Espera-se que em julho, agosto, setembro, outubro, novembro ou dezembro. Ainda neste triste ano de 2020 tenha-se a notícia de uma vacina. Um alento. Uma esperança para que este vírus seja combatido, ou ao menos, controlado. Para que possamos “sair das telas” e partir para o tão sonhado “abraço” real. Mas, enquanto isso não ocorre, o mínimo a ser feito é seguir as recomendações da Organização Mundial de Saúde.
E esperar dias melhores.
É preciso acreditar que eles virão.
***Andressa (Dê)
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Publicado no jornal Diário de Santa Maria-RS, dia 07/07/2020.
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andressacfhttp://www.blogger.com/profile/15623647261254306243noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4366443135468332067.post-59710419154242908012019-06-09T08:21:00.001-07:002019-06-27T05:30:28.190-07:00Resistência e CoragemParticipei recentemente da Semana Acadêmica de Letras da UFSC que trouxe como convidado para fazer a abertura do evento o professor e tradutor Marcos Bagno (UnB). Desde que fui apresentada aos seus textos, quando aluna de graduação em Letras na UFSM, tornei-me fã de sua obra cujos livros mais famosos são “Preconceito Linguístico” e “Língua de Eulália”. O autor procura desmistificar certos preconceitos advindos da linguagem ancorado em pesquisas linguísticas e sociais. E que fazem todo o sentido.
O auditório estava lotado. Era de se esperar. Não havia mais como sentar e muitos ficaram em pé ou sentaram pelos corredores. Realmente a fala de Bagno sempre gera curiosidade e satisfação, pois é além de linguista é um ativista político. E creio que apresentação da palestra do escritor na UFSC foi um ato de coragem visto os tempos que a universidade vive e a conjuntura atual.
O autor desnudou a história linguística do Brasil desde 1500 até a época atual e ficou claro em sua fala e em seu texto de apresentação a formação do português brasileiro “popular”. Houve para tal a influência das línguas africanas e indígenas. Afinal, as terras ditas posteriormente “brasileiras” possuíam uma realidade multilíngue a partir das centenas de línguas aqui já existentes quando da chegada do colonizador branco europeu. No entanto, o assassinato de vários indígenas, a escravização da população negra advinda da África, o processo de evangelização católica e a economia da colônia e posteriormente metrópole brasileira fizeram com que o português fosse adotado como língua hegemônica neste país continental.
Todo o panorama histórico desvelado pelo autor foi para contextualizar que a língua está intimamente atrelada ao aspecto social. E que ela jamais será homogênea. Bagno enfatizou que o preconceito linguístico advém, sobretudo, do preconceito social para com certos grupos da população brasileira. Especialmente os grupos sociais constituídos por mulheres não brancas, jovens negros (aliás, o país tem um dos maiores números de assassinatos de jovens negros pobres), indígenas, pobres, homossexuais e transexuais. É cada vez maior os casos de violência doméstica contra a mulher. E outras violências várias. A falta de acesso a educação de qualidade deixa cada vez mais à “mercê” da violência e da falta de proteção social tantos grupos brasileiros.
E por este e vários motivos acredito que a educação deveria ser prioridade e não ser constantemente atacada como vem ocorrendo ultimamente no país. E por isso, considerei a fala do Bagno um ato de extrema coragem ao desnudar todas estas malezas que assolam o país e que podem deixar cada vez mais “à mercê” da sorte tantos grupos sociais. Eu presenciei neste ano a alegria de dois vestibulandos que adentraram a universidade pública. As lágrimas de uma jovem negra que a partir da política de cotas entrou no curso de Enfermagem. A primeira da sua família a começar um curso superior. E a de outro jovem que passou para Medicina, mas que se não fosse a cota da escola pública não teria seu sonho realizado. Esta realidade está ameaçada. Resistir a tudo isso é necessário e urgente. Vamos utilizar da língua, seja ela escrita ou verbal, para sermos resistência e coragem. Sempre. Tal como Marcos Bagno. Tal como a UFSC. E tal como a universidade pública (de excelência!) brasileira.
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Andressa da Costa Farias
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Publicado no Diário de Santa Maria, dia 14/06/2019.
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andressacfhttp://www.blogger.com/profile/15623647261254306243noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4366443135468332067.post-24617061619445383532019-01-20T05:22:00.001-08:002019-02-11T12:26:50.905-08:00Sobre desconectar-se ...
Estava há quase um mês sem acessar redes sociais como facebook e instagram e descobri que não fez falta alguma. O motivo inicial era minha necessidade de focar na pós-graduação, nos textos finais e prazos a serem cumpridos. E as férias do trabalho também possibilitou isso. Descobri que se “desconectar” um pouco das redes faz com que estejamos menos “antenados” com o que acontece com o outro ou com os outros e conseguimos ficar mais próximos de nós mesmos.
Neste tempo eu percebi que li mais, organizei melhor minha vida pessoal, vislumbrei novas possibilidades profissionais, fiquei menos estressada, assisti vídeos da prática de meditação, etc. Não estou advogando pelo não acesso às redes sociais, somente estou fazendo uma reflexão de que, muitas vezes, mesmo sem perceber perdemos muito tempo nelas. Tempo precioso. Tempo que poderia ser melhor aproveitado.
Há mérito no acesso de redes sociais quando há objetivos claros. Matar a saudade de um parente ou amigo distante. Vender coisas. Atualizar eventos ou marcar participação neles, etc. O problema é quando fazemos delas nossa “válvula” de escape do mundo real. Quando deixamos de conversar com quem está a nossa frente, quando deixamos de lado nossos afazeres domésticos ou profissionais para ficar de expectador da vida alheia. Quando paramos a todo instante para fazer “selfies” e postar nossa “felicidade” particular. Muitas vezes nem estamos tão felizes assim.
Creio que todo mundo deveria fazer esta experiência. Desconectar-se um pouco do mundo virtual da vida privada alheia para se conectar com a própria vida. Há muita beleza no mundo “off-line” que está passando despercebida. A beleza da conversa fiada ao vivo com os amigos. O encontro de domingo com os pais. A paz da leitura silenciosa de um livro bom. Desfrutar com calma de um café recém-passado. Apreciar a chuva no vidro da janela. O abraço apertado de quem temos afeição. E mesmo um beijo apaixonado de quem nos tira “o chão”. E nada disso precisa de likes. Pode ficar registrado para sempre na nossa memória e no arsenal de nossas experiências.
Eu sei que as tecnologias e todo o arsenal virtual permeiam nossa vida de modo que não há como “fugir” delas. Talvez este texto você esteja lendo também via recurso digital visto que disponibilizo meus textos no blog pessoal e redes sociais. E isso não é ironia. Todos recursos a nosso dispor devem ser usados em nosso favor. É nisso que queiro chamar atenção. Estipule seu tempo de acesso e tenha mais tempo para si. Mais tempo para o que realmente importa. E para isso é preciso desconectar-se um pouco.
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Andressa da Costa Farias
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Texto publicado no jornal Diário de Santa Maria dia 11 de fevereiro de 2019 na seção artigos.
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoNcnwG8Db54L735RpIkCKFxWaPaK6bpKk69ahufHN_JYa78Gyw9UdPYrhQsJSnupuAzwv3vXqIWApy4YPTg21452kOrN9EGzRWEAdmiFHcFXr83hI0FXWO0b-s7swc3VP5NY_IvNfQw/s1600/cronica_jornal_janeiro.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoNcnwG8Db54L735RpIkCKFxWaPaK6bpKk69ahufHN_JYa78Gyw9UdPYrhQsJSnupuAzwv3vXqIWApy4YPTg21452kOrN9EGzRWEAdmiFHcFXr83hI0FXWO0b-s7swc3VP5NY_IvNfQw/s320/cronica_jornal_janeiro.jpg" width="256" height="320" data-original-width="720" data-original-height="900" /></a></div>andressacfhttp://www.blogger.com/profile/15623647261254306243noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4366443135468332067.post-23488079088300743812018-06-14T17:34:00.000-07:002018-06-14T17:34:12.041-07:00É possível ver o trem no horizonte? Eu ainda hoje lembro do barulho do trem. Morava bem próximo dos trilhos que passavam os trens da Viação Ferroviária de Sta Maria/RS. Sempre sabíamos os horários. Eles nunca atrasavam o percurso. Alguns amigos da escola tinham pais ou parentes que trabalhavam na ferrovia e vislumbravam com orgulho isso. A ferrovia foi desativada. Acho que na década de 1990. Creio que a indústria automobilística e rodoviária pressionou o fato.
E agora todos dependemos das rodovias, das rodas, da gasolina, do diesel, do transporte terrestre para o grande fluxo de bens e serviços. E daí o caos está instalado. A greve protagonizada pelos caminhoneiros foi um exemplo disso. Não fui contra as reivindicações desta categoria de trabalhadores. Muito pelo contrário. Acho justa toda forma de manifestação que clame por melhores condições de trabalho. Gostaria que o preço dos combustíveis estivessem mais baixos também. Haveria melhores condições de compra de vários produtos. Mas, o fato foi que caminhão parado tem o poder de parar todo o país. A ponto de quase instaurar o caos total com a perspectiva de faltar alimentos e remédios. Quase aconteceu isso. Certamente ia “descambar” para a violência e atrocidades maiores caso a greve não fosse finalizada “a tempo”. Alguns lugares foram palco de cenas lastimáveis como “orações em postos de gasolina” e pontapés e socos pelo “galão de combustível”. Tudo foi cancelado: aulas, serviços, cirurgias, compromissos, comércio, indústria. Tudo!
A única coisa positiva deste movimento foi o alerta de que precisamos pensar meios alternativos de transporte e de locomoção. Ativar as ferrovias, pensar com responsabilidade nas cidades, por exemplo. Tudo ficaria mais fácil, mais econômico, mais sustentável, mais viável. Não é fácil que isso seja possível. Os interesses econômicos de alguns poucos grupos que comandam o país (e talvez o mundo!) estão por trás de toda e qualquer decisão. E sempre que seja melhor e mais lucrativa para eles e não para a grande parte da população. E isso é deplorável. O maior mal do brasileiro é esta cultura do “jeitinho”, da falta de “ética”, da vontade de “levar vantagem” em tudo, da política “suja” que beneficia somente os grandes sejam empresários ou políticos.
A esperança de dias melhores, no entanto, vai surgindo no horizonte. Quem sabe um dia a ética e a justiça social sejam realidades no país. E assim, a gente volte a conseguir ouvir o barulho do trem. Um país continental não pode depender de rodas e estradas para tudo. Seria lastimável. Seria fomentar uma burrice do tamanho do BRASIL. Quem sabe seja possível, num futuro não muito distante, ver o trem no horizonte. Quem sabe...
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Andressa da Costa Farias
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Texto publicado como artigo no Jornal Diário de Santa Maria, em Santa Maria-RS, no dia 13 de junho de 2018.<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhL2qgB-BE6V260w4fWp2ZSeAw68UM_1j0OiDDfQcKfMQ6sXr6LA6wByApNP7RRbFH_7lCWLfuZbz6EMpZuQywa-kaNhWqKRBGifZSer-5OuC-dFsOFWNZCfPAl9FbUSxS1ihiG7ezhBg/s1600/ARTIGO_DIA_13_JUNHO_DIARIO_SMARIA.jpg" imageanchor="1" ><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhL2qgB-BE6V260w4fWp2ZSeAw68UM_1j0OiDDfQcKfMQ6sXr6LA6wByApNP7RRbFH_7lCWLfuZbz6EMpZuQywa-kaNhWqKRBGifZSer-5OuC-dFsOFWNZCfPAl9FbUSxS1ihiG7ezhBg/s320/ARTIGO_DIA_13_JUNHO_DIARIO_SMARIA.jpg" width="237" height="320" data-original-width="712" data-original-height="960" /></a>andressacfhttp://www.blogger.com/profile/15623647261254306243noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4366443135468332067.post-23290591058911884332018-05-09T11:54:00.002-07:002018-06-14T17:37:37.614-07:00Pelo dia do amorEm 2008, numa aula em escola pública, fiz apenas uma "menção" ao "DIA DAS MÃES" numa sexta-feira antes do tal segundo domingo de maio.
E de repente, uma aluna começou a chorar sem parar. Depois descobri que a mãe havia "abandonado" a criança para morar com outro afeto que não o pai da menina.
Foi duro! E então, percebi o quanto é difícil abordar estas "datas comemorativas" relacionadas à família. Ainda são bastante mencionadas e "comemoradas", sobretudo, nas escolas particulares. Faz parte do show e do "marketing". Desde de 2013 frequento uma Casa Lar e toda vez que saio de uma visita fico com o peito apertado imaginando como pessoas pequenas foram parar ali. E a resposta é cruel. Então, por favor, sejamos coerentes com a realidade. Há diversas formações familiares. E tantas crianças e jovens sem saber direito o que é uma mãe ou pai DE VERDADE. Vamos comemorar o “Dia do amor”, o dia daqueles que se "importam" com os filhos sejam eles biológicos ou não.
Assim como sugeriu indiretamente um escritor de histórias em quadrinhos da cena infantil. Terminei há pouco o livro "Maurício, a história que não está no Gibi" presente do querido amigo/jornalista/servidor da UFSM, Wagner Serafini dos Santos, para mim. E no final da narrativa uma das partes que mais emocionou-me é a que o autor dos gibis da Turma da Mônica conta que sempre procura responder aos leitores. Uma das cartas relatava a história de uma mãe que decorou o quarto da filha com bonecos dos gibis. Mas, logo depois que a criança nasceu veio a falecer.
Ela escreve ao autor que responde que o melhor seria doar cada boneco a uma criança carente. Muito tempo depois, numa feira literária, encontra "Maurício de Sousa" e lhe apresenta uma adolescente. Faz o escritor lembrar da história da carta e o agradece imensamente pelo conselho. Foi através dele que encontrou a sua "outra" filha. Era uma das crianças que recebeu um dos bonecos da Turma da Mônica e que depois se tornou filha daquela mãe já sem esperança de vida. E assim concluo que maternidade é uma coisa somente: sinônimo de amor compartilhado. Tenha ele começado a crescer na barriga ou a partir do olhar e do CORAÇÃO. Vamos festejar o amor ! O dia do amor a cada dia. Todos os dias.
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Andressa da Costa Farias
* Texto publicado como ARTIGO no jornal impresso Diário de Santa Maria, dia 09/05/2018.
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andressacfhttp://www.blogger.com/profile/15623647261254306243noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4366443135468332067.post-26509496296455079412017-05-13T18:09:00.001-07:002017-05-27T12:50:37.921-07:00O sinônimo da palavra AMORAcredito que a palavra “MÃE” deve ser uma das mais ditas em cada língua neste mundo. Não tem como negar que a mãe é a pessoa que possui o nosso primeiro contato. É aquela que vai ouvir nosso primeiro choro. E a que vai acalentar nossas primeiras noites e virá dela nosso principal alimento: o leite materno. Porém, é preciso parar de romantizar tanto a maternidade. Ser mãe é experimentar os melhores e piores sentimentos.
Os melhores porque não dá para negar que possuir a “dádiva” de gerar um filho, de ver crescer um ser dentro de si é algo inexplicável. É algo extremamente divino. A gente chora, “incha”, engorda, sofre para caminhar, desmaia, para de trabalhar. O leite nem sempre vem fácil. Muitas vezes o seio sangra. A dor é grande. O alívio de conseguir alimentar “o rebento” é enorme. Até o filho aprender a falar é aquela aflição de não saber se o choro é de dor, de fome ou se é a vez da fralda ser trocada. Depois vem as vacinas. O choro insuportável da criança ao tomar aquelas agulhadas horríveis. E a gente se conforma pensando que é “para o bem dele (a”).” As noites mal dormidas por causa das cólicas. Depois vem a fase do crescimento dos dentes, o primeiro dia na escola, a adolescência, e as fases se sucedem e o coração da mãe sempre alerta. Sempre aflito. Sempre atento.
Não é fácil mesmo. E diante de tudo isso há aquelas mãe ESPECIAS. Aquelas das quais eu vou descrever rapidamente aqui e que eu acredito que devemos nossa homenagem mais especial. São as que recebem de peito “aberto” um filho ou filha que resolveram adotar. Que não possuem medo das responsabilidades e vínculos que serão criados a partir de uma determinada fase da vida de um outro ser que elas conhecem com um ano, dois, três, talvez quinze. Não importa. Ser mãe de coração é um ato de coragem dos mais grandiosos.
Outro tipo de mãe que gostaria de homenagear são aquelas que resolver ser mães sociais, ou seja, aquelas que acalentam e dão amor a todas as crianças que por algum motivo se encontram em algum abrigo ou Casa Lar e que por outros motivos maiores não possuem mais a presença da mãe biológica. Estas são maiores no amor ao próximo, ao outro, infinitamente importantes. A presença delas ficará para sempre no imaginário de cada criança.
Quero louvar também todas as mães que não desistem um só minuto dos seus filhos, mesmo quando eles estão em uma situação difícil ou delicada. Aquelas que enfrentam todo tipo de preconceito por ter o filho(a) em algum presídio, casa de tratamento para viciados (as), enfermos terminais. São mães que talvez neste momento estejam rezando com toda a fé para que tudo fique bem, para que possam ver seus descendentes voltarem para casa um dia, etc.
Também que agradecer e reconhecer todo empenho, carinho e cuidado daquelas mães que “fazem das tripas coração” para educar e amar um filho especial. Especial no sentido de ter alguma limitação física ou mental. Aquelas que abdicam, às vezes, da própria vida e privacidade para se dedicar exclusivamente ao outro dando-lhe apoio, atenção, carinho e acompanhando nas consultas e tratamento diversos. E que jamais desistem de lutar e acreditar que cada dia é uma conquista diferente. E que o filho (a) mostra um mundo do qual não havia se dado conta que existe. Aquela mãe que valoriza cada sorriso, cada gesto, cada “avanço” deste filho (a).
E um salve final para as mães que não possuem o apoio dos companheiros ou foram abandonadas por eles e nem por isso deixam de fazer o melhor que podem para dar todo suporte aos filhos. Acordam cedo, trabalham e lutam com todas as forças para que a educação, saúde e lazer estejam presentes na vida deles. Aquelas que muitas vezes deixam de comer ou vestir algo em prol da prole. Estas merecem aplausos diários. Enfim, são muitas as mães especiais. Guerreiras, solidárias, humanas, mulheres de coração enorme. Mãe é sem dúvida um sinônimo perfeito para a palavra amor.
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Andressa da Costa Farias
******************************************** Publicado como crônica no jornal DIÁRIO DE SANTA MARIA, dias 27 e 28 de maio de 2017.
andressacfhttp://www.blogger.com/profile/15623647261254306243noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4366443135468332067.post-68665427007613753692017-03-05T16:03:00.000-08:002017-03-15T17:40:00.994-07:00Sobre amor e carnaval !Algum tempo atrás ouvi a música de Ana Vilela intitulada "Trem-bala" que recebi via áudio pelo celular e que depois viralizou nas redes sociais. Um trecho da canção me sensibilizou profundamente. Era o que dizia "segura o teu filho no colo, sorria e abraça teus pais enquanto estão aqui. Que a vida é trem-bala parceiro e a gente é só passageiro prestes a partir". Pensei imediatamente nos meus pais e o quanto estava afastada fisicamente deles nos últimos tempos. Mudei de estado, de cidade, etc. A partir daquele momento me deu uma vontade imensa de sair correndo para Santa Maria para abraçá-los e dizer o quanto os amo. Não podia, mas lembrei que o carnaval se aproximava. Pedi que eles viessem curtir o feriado na ilha mágica-Florianópolis. Eles vieram. E eu decidi que seria "somente deles" nestes dias. Eu adoro carnaval, mas ficar com meus pais era a parte mais urgente da minha existência. Não sei explicar o porquê. Talvez a música tenha alertado o quanto nossa vida é fugaz e o quanto precisamos vivenciarmos momentos únicos com aqueles que mais amamos. Foram poucos dias. Apenas três, mas que fiz de tudo para proporcionar o que eles não possuem na minha cidade natal: a nossa convivência, banho de mar, a degustação de peixes em restaurantes locais, etc. Sempre admirei muito o amor dos meus pais. Eles são o meu exemplo de casal. Nunca os vi brigar, nunca mesmo. Não é exagero. E as singelas demonstrações de carinho e respeito fazem parte de todos os momentos deles. Nestes dias, na praia, eu via meu pai se preocupar em passar o protetor solar na minha mãe antes mesmo de passar nele. E ela preocupada com a roupa dele, as coisas dele. É lindo de assistir todo este carinho depois de tanto tempo de convivência de ambos, dos filhos, da rotina, do trabalho, e eles chegando na "melhor idade" oferecendo ternura um para o outro. É uma relação admirável diante de tantas relações efêmeras e desrespeitosas vivenciadas no dia a dia. Eles se conheceram no trabalho. Minha mãe era noiva de outro. E meu pai com seu jeito "brincalhão e prestativo" foi conquistando ela aos poucos a ponto dela desistir do compromisso com o outro. E assim seguem uma vida de cumplicidade: da conta bancária conjunta até as senhas diversas que hoje a tecnologia impõe. Tiveram três filhos. E a mais perfeita parceria. Perguntei certa vez para minha mãe o segredo de uma união tão tranquila e amorosa com meu pai. Ela enfatizou ser a amizade conquistada. Eles foram, segundo ela, primeiro grandes amigos e dali surgiu o amor. Tal constatação me fez lembrar do grande e queridinho escritor Mário Quintana que certa vez enfatizou que "a amizade é um amor que nunca morre". Talvez seja este mesmo o segredo. O poeta não se enganaria. E que a alegria do amor verdadeiro triunfe sempre, inclusive no carnaval.
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwGYDCBRVq__2Mr8m9GiEnZFSeGeU8bFs0Gc3tzSBdoNArV4calHnyo4iel5b6SHMPK3Rr9rt8RkEj5ozMSykYqTb1AW4i7HR_ifw7y4GVChDoBvIwnY5rusIWvGVoa_vlaSL8mrYUbQ/s1600/amor.jpe" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwGYDCBRVq__2Mr8m9GiEnZFSeGeU8bFs0Gc3tzSBdoNArV4calHnyo4iel5b6SHMPK3Rr9rt8RkEj5ozMSykYqTb1AW4i7HR_ifw7y4GVChDoBvIwnY5rusIWvGVoa_vlaSL8mrYUbQ/s320/amor.jpe" width="320" height="179" /></a></div>
Andressa da Costa Farias- Dê.
****** Publicado no jornal DIÁRIO DE SANTA MARIA como ARTIGO dia 15/03/2017.andressacfhttp://www.blogger.com/profile/15623647261254306243noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4366443135468332067.post-49263358649591247552017-01-29T17:05:00.000-08:002017-02-27T17:04:57.797-08:00Sobre pequenas felicidadesTodo o ano que começa a gente imagina um monte de coisas para serem realizadas. A gente acredita que vai ser tudo diferente. E que se algo não deu certo ainda é tudo questão de tempo. É como se a cada ano fosse possível uma nova escrita sobre os rascunhos que ficam para trás. Mas, no decorrer do passar dos dias a gente nota que nem sempre é feliz. E que diante de tantas vidas "felizes" estampadas nas redes sociais, às vezes vem aquele vazio imenso na alma e a gente vai se perguntando e se comparando com outros e a frustração aparece. Por estas e outras, estes dias estava na praia e li uma crônica da Martha Medeiros que me fez um bem imenso para alma. Foi como um pequeno remédio para as pequenas frustrações do dia a dia. Ela descrevia as pequenas felicidades da vida dela e a importância da gratidão por ter vivido cada uma. Agora eu quero fazer o mesmo. Não por querer copiar a grande autora.É que a leitura daquele texto me trouxe imagens tão boas na mente que fiquei com imensa vontade de fazer minha própria lista e brindar quem (por ventura) vier ler este texto. É como uma rede que um dá um "start" e o outro ao continuar não deixa a "brincadeira" ter fim. Eis a lista das minhas pequenas felicidades:
- a lembrança que tenho do carinho da minha avó Nercy,
- cheiro de café,
- visita dos meus pais,
- ver o mar,
- pisar na areia,
- escutar música enquanto caminho na beira da praia,
- beijo na boca,
- ouvir música e confidências da minha filha,
- chegar em casa e curtir meu "apê" depois de um dia de trabalho,
- ler nome de aluno em alguma lista de aprovado (a),
- abraço dos meus irmãos,
- chimarrão com amigos,
- correr no Parque de Coqueiros,
- ter Floripa como endereço escolhido,
- fazer parte da UFSC,
- perceber que um amigo ou amiga está sendo sincero (a) em algum conselho,
- nadar de costas,
- fazer hidro com as pessoas da "melhor idade",
- visitar "minhas crianças" numa Casa Lar,
- dirigir ouvindo música boa,
- viajar,
- ter escutado "eu te amo" algumas vezes na vida,
- conseguir ter e manter amizade com ex-colegas de trabalho,
- tirar foto (adoro!),
- cantar sozinha no quarto,
- dançar.
E nunca esquecer que a felicidade está nas pequenas coisas. Desafio você (que está lendo agora) a fazer a própria lista de pequenas felicidades. Aposto que um sorriso vai surgir rapidinho.
Feliz 2017 !
Dê.
***** Publicado como ARTIGO no jornal Diário de Santa Maria, em Santa Maria (RS) no dia 26 de fevereiro de 2017.
**** Publicado no BLOG de Luciane Deschamps >>> http://lucianemdeschamps.blogspot.com.br/2017/02/sobre-pequenas-felicidades.html
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoisrFpXHX2wIbFmlnWSHmcv25NRtcsG-Cfr9sZ4KahPwGnpzEVyoQYbeGmjSoLpANJmi92cr0uWNae-VuREnSOQAyggFKmXMhEiJJFSKN5RcTpLwSXK5TrGr_G_ECtsjfcXi05SzGkw/s1600/beijo.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoisrFpXHX2wIbFmlnWSHmcv25NRtcsG-Cfr9sZ4KahPwGnpzEVyoQYbeGmjSoLpANJmi92cr0uWNae-VuREnSOQAyggFKmXMhEiJJFSKN5RcTpLwSXK5TrGr_G_ECtsjfcXi05SzGkw/s320/beijo.jpg" width="260" height="320" /></a></div>andressacfhttp://www.blogger.com/profile/15623647261254306243noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4366443135468332067.post-58519275146841924972016-10-09T18:53:00.004-07:002016-10-09T19:05:26.281-07:00Criança sempre...Outubro que comemora o "Dia das Crianças" fez eu refletir sobre algumas coisas desta época da vida. Acredito que sempre há um pouco de criança em cada um, mesmo que a idade tenha avançado. É uma fase que passa cronologicamente, mas que permanece eternamente na nossa essência como ser humano. Há muitas formas de permanecer com a criança viva dentro da gente. Quando somos crianças, somos mais ativos, curiosos, ingênuos. Há um mundo novo e grande a ser explorado. O brilho no olhar é mais intenso. A alegria também. Alegria de ver os pais chegarem de um dia de trabalho. Alegria de ganhar "doces", "brinquedos novos", alegria de andar pela primeira vez de bicicleta. Alegria de compartilhar um brinquedo ou brincadeira. Alegria de formar um time. Alegria de cantar ou dançar com os pares menores. Quando eu era criança eu gostava muito de brincar com minhas primas de boneca. E de andar na rua com meus irmãos. Compartilhei amigos com eles. Chorei muitas vezes por cair inúmeros tombos. Aprendi com a "gurizada" do bairro a jogar "bolita" conhecida também como "bola de gude". Tentei andar de "roller" com minha prima, mas meu desequilíbrio fez eu desistir no primeiro grande tombo. A fase passou, mas dela permanece em mim a esperança e a fé neste estado de infância. Neste estado que vê o mundo com esperança e alegria. No brilho do olhar de quem acredita que o mundo e os adultos também podem eternizar a sensibilidade. Eternizar a sensibilidade é conseguir olhar para o outro com carinho. Tenho a sorte de ter que vivenciar e interagir com crianças. A profissão docente possibilita isso. E também tive a sorte de ser mãe. Acredito que muitas coisas mudaram da época que fui criança para a época vivenciada pelas crianças de hoje. A violência fez com que muitas crianças não tenham mais a rua para brincar. Os espaços fechados como casas, condomínios, prédios e shoppings são os lugares em que crianças circulam. Há também uma infinidade de objetos tecnológicos que as crianças mexem com extrema facilidade e desenvoltura. Coisa impensável na minha infância. Mas, no fundo a gente sabe que nenhum objeto tecnológico, cibernético, moderno é valioso se a criança não tem outra para compartilhar a alegria do simples brincar, da brincadeira, das regras estabelecidas, de ter o outro. Logo, no mês instituído como "delas" a melhor coisa que um adulto faz para uma criança é deixá-la vivenciar esta fase linda e especial fazendo-a brincar muito. Brincar muito com outras crianças. E compartilhar afeto, laços, amizades. É tão bom chegar na fase adulta com amigos que compartilharam a infância conosco. Não parece que o tempo se eterniza? Isso é ser criança. Deixar que a alegria, a brincadeira, a esperança por um mundo melhor jamais ofusque nossos olhos. Nem tire a doçura desta fase linda. Sorvete ! Chocolate ! Bala ! Rapadura ! Um brinde às crianças ! Todas elas, inclusive a que permanece em nós para sempre.
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGq3qtLau_-u44SNZa-NMORJ4slbTzGPdsOys4EOdxwftbFW4flnn7fKqowlSAFZfsDP-yeROwvgJwCxdJ0c20zV7Iia2D_LWtNP2IsdklQGCY8TlrpwqjC5eY1eW-0tWBJfXVQ8o5CA/s1600/sorvete.png" imageanchor="1" ><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGq3qtLau_-u44SNZa-NMORJ4slbTzGPdsOys4EOdxwftbFW4flnn7fKqowlSAFZfsDP-yeROwvgJwCxdJ0c20zV7Iia2D_LWtNP2IsdklQGCY8TlrpwqjC5eY1eW-0tWBJfXVQ8o5CA/s320/sorvete.png" width="298" height="320" /></a>andressacfhttp://www.blogger.com/profile/15623647261254306243noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4366443135468332067.post-30217551188997435592016-06-19T17:07:00.000-07:002016-06-26T13:32:50.050-07:00Sobre pedidos e promessasEle pediu de forma tão encantadora que diante de "n" atividades acadêmicas, profissionais, pessoais e sociais tirei um tempinho para escrever. Estar aqui. Fazer o blog ser atualizado. Isso me fez refletir aquele trecho do magnífico livro e eternamente clássico "Pequeno Príncipe" de que somos eternamente responsáveis por aqueles que cativamos. E em respeito a ele, escrevo. Fazia tempo que não escrevia no blog. Escrever requer tempo, criatividade e imaginação. Ultimamente o cansaço e as tarefas cotidianas tiraram de mim estes requisitos essenciais. Mas, prometi. E promessa deve ser cumprida. É sobre isso basicamente que quero dedicar tais linhas.
Ele é um adolescente, ainda em fase de crescimento, de amadurecimento, de formação de caráter. Quero fazer também um pedido para este moço querido e que me escuta quase toda semana a partir das aulas das quais é meu aluno: que ele JAMAIS esqueça DE CUMPRIR algo que prometer. Custe o que custar. Deve dar um retorno. Uma resposta. Uma atitude. Um gesto. Algo em troca daquilo que se propôs a fazer. E se não tiver a intenção de cumprir, que jamais prometa. É extremamente frustante para o outro confiar na promessa, confiar no pedido feito e receber um NADA em troca. Nenhuma satisfação. É horrível. Fica aquele vazio. Uma frustação. A admiração diminui. E o encantamento também. O outro já não é tão especial quanto considerávamos antes. É muito ruim descobrir que em algumas pessoas não dá para confiar plenamente. Dói.
A gente supõe sempre que aquilo que fazemos, o outro DEVE fazer também. E nem todo mundo é assim. Nem todo mundo dá a importância para pedidos feitos e não cumpridos. Talvez o mundo. Talvez a vida. Talvez tudo fosse diferente se tivéssemos pessoas extremamente responsáveis e que cumprissem tudo que prometessem. Mas, isso é ilusão. Não acontece. A gente vai aprendendo quando a vida vai passando que há diversos fatores envolvidos em uma promessa: grau de cumplicidade, amizade, caráter, envolvimento pessoal ou profissional, entre outro, inclusive fé.
Inúmeras foram as situações que pedi, prometeram e não cumpriram. Seja do mais banal pedido ao mais específico ou complexo. Uma tarefa cotidiana. Um pequeno favor. O pedido para não atrasar numa determinada hora. Para calar enquanto falava. Para não esquecer de inserir algo na bolsa. Para uma carona que era "certa" até o motorista "esquecer" o combinado. Para levar o lixo para fora. Para cuidar de determinada coisa. Para confirmar para festa a fim de incluir todos os convidados de forma correta. Para confirmar uma visita. Enfim, pedi. Prometeram. Não cumpriram. Enfim, foram muitos "furos" nesta vida. Muitas frustações. E delas fui aprendendo que o ser humano é falho. E que só cumpre o que julga ser prioritário. E que às vezes não somos especiais para o outro como gostaríamos de ser. Fui aprendendo. Continuo neste processo eternamente.Mas, não mudo. Prefiro a ordem inversa. Prefiro me comprometer. Prefiro julgar todos como especiais. Prefiro que acreditem em mim e na minha palavra. Prefiro cumprir o que prometo. Estar presente. Ser presente.
E torço, sinceramente, que você querido jovem faça o mesmo. Prefira cumprir tudo o que se dispor fazer. Prefira sempre a admiração das pessoas. Recuse a frustação delas por você não ter cumprido algo, a menos, claro que tenha um bom motivo para isso. E é por você que dedico este tempo neste domingo frio em Florianópolis. É por você que escrevo agora. Prometi escrever. Atualizar o blog. Respeitar você e sua admiração pelo que escrevo. Espero que esta mensagem sirva também de alerta, alento e conselho para todos que chegaram até o final destas linha. Obrigada Arthur pelo teu pedido. Cumpri. Faça sempre o mesmo quanto te pedirem algo.
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Andressa da Costa Farias
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWUBEQjPEBeFrBflKP2wWv1vGONMkqJXuD2inCvpcdKGcd6Tq9K1DqmD3O9C1F741VRwnLfufubeLLsbWqL4SdwTqtz3TIzTo-y5OzwmBvNIXAa_4oXMxSpgZecFbAjsE0AQ3cRz65YA/s1600/salvador_bom_fim.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWUBEQjPEBeFrBflKP2wWv1vGONMkqJXuD2inCvpcdKGcd6Tq9K1DqmD3O9C1F741VRwnLfufubeLLsbWqL4SdwTqtz3TIzTo-y5OzwmBvNIXAa_4oXMxSpgZecFbAjsE0AQ3cRz65YA/s320/salvador_bom_fim.jpg" /></a></div>
Igreja do Bonfim. Salvador-BA.(arquivo pessoal)
Muitos pedidos feitos diariamente.andressacfhttp://www.blogger.com/profile/15623647261254306243noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4366443135468332067.post-63129185895339255312016-05-01T16:39:00.001-07:002016-05-08T07:12:53.866-07:00Quando deixamos de ser somente filhasNinguém explica para gente o que acontece quando deixamos de ser somente filha. Ninguém diz que o tempo não será mais nosso e sim do outro. Daquele ser que decidimos gerar ou cuidar. Pode “nascer” da barriga ou do “coração”. Mas, que nasce primeiro em nós. Na decisão de sermos não mais somente filhos. Ninguém fala das noites em claro. E das preocupações. E da nova organização financeira a ser realizada. Ninguém comenta as angústias quando o outro cai, escorrega, machuca, chora. E das indecisões frente a remédio, médico, local de lazer, escola, etc. Nada!
Por isso, vou contar um pouco como aconteceu comigo quando descobri que estava deixando de ser APENAS filha. Deixei de ser somente filha quando ouvi um coração a mais vindo de dentro do próprio corpo. Quando comecei a ver a barriga crescer sem parar. Deixei de ser somente filha quando senti chutes e movimentos incansáveis de dentro de mim mesma. E emocione-me infinitamente quando ouvi, enfim, o primeiro choro dela. Daquela bebezinha cabeluda que nasceu num dia de verão escaldante, em Santa Maria.
E me desesperei na primeira “dor de barriga”. E como foram intermináveis os minutos de vacinas. Quantas vezes choramos junto? E o quanto foi difícil a amamentação. Doeu. Chorei achando que não ia conseguir alimentar meu amor maior. Quando consegui foi uma grande vitória ! E me senti a pessoa mais importante do mundo. Ao menos, para ela. E que felicidade o primeiro dia na Escola. E a angústia de deixar “sozinha” num novo ambiente que não a nossa própria casa. E de repente novos amigos e amiguinhas. E seguem-se aniversários vários. Muitas festinhas infantis. Muitas trocas com outros pais e mães. E novas "pessoinhas" surgindo vindas da nova rede de relações que nosso filho proporciona. E chega a fase difícil da adolescência. E eu achava que meus pais eram “caretas” e nem me dei conta que no final estava repetindo algumas caretices exatamente como eles. Agora me transformei em motorista das festinhas, da saída do cinema. A conselheira sem fim. A psicóloga de plantão. E de repete agrego novos conhecimentos. Aqueles das bandas que a filha curte. As gírias da modinha.
Deixei de ser somente filha quando percebi que me tornei parte e responsável por alguém para sempre. Transformei-me em alguém muito especial. A partir de algo que permite os sentimentos mais sublimes. E que é difícil explicar. Basta sentir. Principalmente quando se é chamada de MÃE. Benditas aquelas que escolhem amar sem limites. E ter a sorte de encontrar seu filho ou filha, vindos da barriga ou não, para compartilhar amor, tempo e cuidado. Feliz dia das Mães !
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Andressa da Costa Farias
******** Publicado como ARTIGO no jornal DIÁRIO DE SANTA MARIA (RS) no final de semana do dia 07 e 08 de maio de 2016.
******* Publicado no BLOG do Colégio Santa Catarina (Florianópolis) no link http://www.csc.g12.br/blog/162-quando-deixamos-de-ser-apenas-filha andressacfhttp://www.blogger.com/profile/15623647261254306243noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4366443135468332067.post-80612624249741342862016-02-14T17:56:00.000-08:002016-02-23T14:05:14.653-08:00A vida na Literatura<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-JPNsXa3Vc6AbyPJBKwQ2w93pq16Zs9YIjh5iSrdhU6KriWXs7P8eBcKzOBxE2wVcbX-s12XdObOVLo-Nat_Y25Uy-9HIC8WVu3uSWzcnm-u52QfXVzKx90iMf5csxQKL57e0M1FrUQ/s1600/principe.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-JPNsXa3Vc6AbyPJBKwQ2w93pq16Zs9YIjh5iSrdhU6KriWXs7P8eBcKzOBxE2wVcbX-s12XdObOVLo-Nat_Y25Uy-9HIC8WVu3uSWzcnm-u52QfXVzKx90iMf5csxQKL57e0M1FrUQ/s320/principe.jpg" /></a></div>Oficialmente minhas férias acabaram hoje. Percebi que a praia que mais visitei este ano foi o Campeche, no sul da ilha de SC. Talvez a praia mais literária que existe. Há fortes indícios que o o "poeta da aviação-Antoine de Saint-Exupéry" tenha aterrissado por lá por volta de 1930. E por isso a avenida principal do lugar dá nome ao título do livro mais famoso do autor: Pequeno Príncipe. Há dados de que a obra foi mundialmente traduzida e permanece entre as mais vendidas em vários países. É realmente é um livro encantador. Naquela época a aviação não tinha toda a tecnologia de ponta que existe hoje. E o aviador era antes de tudo um grande aventureiro. O autor viajou para os lugares mais remotos do planeta. E muitas vezes sozinho. Escreveu sobre tais aventuras. Muitas delas em ficar "empenhado" com o avião em pleno deserto e contar apenas com seu próprio conhecimento para consertar o pássaro mecânico e seguir viagem.
Suponho que numa destas aventuras ele tenha imaginado um grande amigo que lhe deu forças para continuar voando. Relata ter ficado preso em pleno deserto e com água para apenas 08 dias. E foi nestes instantes desesperadores que apareceu o Pequeno Príncipe. Creio que através desta personagem o autor tenha condensado um pouco de tudo que vivenciou e aprendeu nas suas andanças pelo mundo. Vou citar as que julgo mais interessantes e as que sempre me emociono ao ler: "é mais difícil julgar a sim mesmo que julgar os outros." Assim, conseguir fazer um bom julgamento de si mesmo é ser verdadeiramente sábio. "Para os vaidosos os outros homens são seus admiradores. Vaidosos só ouvem elogios." "Muitas vezes mesmo entre muitos homens a gente também se sente só."Talvez o maior de todos ensinamentos tenha sido o que advém do verbo CATIVAR. Numa conversa travada entre o príncipe e a raposa ela lhe ensinou sobre tal verbo. O animal falou que só seria amiga dele se este a cativasse, ou seja, se ele criasse laço com ela. O pequeno ser compreendeu através do exemplo simples do bicho que cativar é tornar alguém especial. "Haverão mil raposas e mil meninos como tu", mas "se tu me cativas nós teremos a necessidade um do outro. Será para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo também." Neste momento o principezinho lembrou da rosa que havia deixado em seu planeta e sentiu que aquela planta perfumada e efêmera o tinha cativado. Ele se sentia responsável por ela. "Somos eternamente responsáveis por aqueles que cativamos."
E há também muita crítica sobre as relações humanas. A raposa conta que "homens compram tudo nas lojas, mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos." Porém, se um ser cativa outro haverá um ritual de amizade. E é por isso que ela ainda "se tu vens, por exemplo, às 16 h desde às 15 h começarei a ser feliz". Não consigo parar o texto aqui sem antes citar um outro ensinamento precioso advindo da obra: "só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos." É preciso descobrir se o aviador conseguiu consertar o avião e seguir viagem ou se acabou morrendo em pleno deserto divagando com a aparição do pequeno ser.Eu poderia continuar a escrever infinitamente os vários ensinamentos e passagens maravilhosas deste livro encantador, mas deixo para os próximos leitores. E de quebra declaro aqui minha paixão incondicional pela Literatura.
***** Publicado como ARTIGO no jornal Diário de Santa Maria (RS), no dia 19/02/2016.
Andressa da Costa Farias.
andressacfhttp://www.blogger.com/profile/15623647261254306243noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4366443135468332067.post-90911025499299913852015-12-31T05:40:00.000-08:002016-01-09T16:05:36.743-08:00O que fazer no novo ano Todo reinício de ano vem carregado de novas perspectivas, novos planos e novas fases. É uma época de balanços. E de pensar o que podemos fazer para encaminharmos nossa vida da melhor forma possível. Em 2015 eu decidi ser mais solidária e isso fez e está fazendo toda diferença na minha vida.
Dizem que o que a gente faz de bom não precisa ser publicizado. Eu discordo. Há tantas coisas ruins no mundo sendo anunciadas exaustivamente que acredito que fazer as outras pessoas saberem de coisas boas pode estimulá-las seguirem o exemplo. É como aquela frase do poeta do RJ “Gentileza, gera gentileza” eternizado na voz e na música de Marisa Monte.
O meu maior feito em 2015 foi me fazer presente numa Casa Lar. É um abrigo para crianças e adolescentes que se encontram em situação de risco. A maioria infelizmente foi vítima de violência sexual. Atualmente o lugar está com 18 inocentes entre 2 a 18 anos. Meninos e meninas. Mais meninas. Todos os meses eu levei caixa de leite para eles. Mas, em outubro algo mudou. Foi o pedido de uma menina de 6 anos. Ela disse que gostaria que além de leite eu pudesse levar brinquedos. O argumento dela foi forte “Tia, é que aqui a gente só ganha brinquedo usado.” Aquele pedido ficou ecoando em minha memória. Utilizei da rede social para pedir que mais amigos se solidarizassem com a situação e deu certo. De repente um grupo no whatsapp foi criado com aproximadamente dez amigas solidárias. Conseguimos levar um brinquedo novo junto com um doce para cada criança. Foi uma festa! Uma alegria. Talvez muito mais para nós que para elas. Em dezembro, além do leite conseguimos levar roupas íntimas para cada criança junto com doce. Foi sugestão da mãe social já que isso também é um item necessário para cada uma e que dificilmente ganham.
Nesta última visita do ano não saiu da minha cabeça o carinho. Os abraços. A alegria de ver o carro estacionando em frente ao local. As coisas e o leite levado talvez sejam insignificantes diante da certeza de que todo mês estarei lá fazendo uma visita. Mesmo que breve. Fiquei com a imagem da menina A. de três anos dando “tchauzinho” e dizendo “tu volta depois, né tia ?” Eu brinquei que voltava, mas só ano que vem. Ela quis chorar e outra menina consolou “Sua boba, ano que vem é daqui um pouco...”. Daí a menina sorriu.
Eu volto. Voltarei. Muitas vezes. Queria carregá-las comigo e distribuí-las num mundo de amor, alegria, conforto e esperança. Esperança de dias melhores. Dias sem violência e abandono. É um sonho. Uma utopia. Mas como escreveu Mário Quintana “Se as coisas são inatingíveis... ora! Não é motivo para não querê-las...Que tristes os caminhos, se não fora A presença distante das estrelas!”
Andressa da Costa Farias
<a href="https://www.youtube.com/watch?v=mpDHQVhyUrY"></a>
**** Publicado como artigo no jornal Diário de Santa Maria-RS, no dia 05/01/2016.
andressacfhttp://www.blogger.com/profile/15623647261254306243noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4366443135468332067.post-86621227218341204322015-06-29T18:12:00.000-07:002015-06-29T18:34:40.181-07:00O fascinante e complexo ato de lerA imagem do livro já "gasto" de tanto ser manuseado causou surpresa e alegria nela. Minha filha veio sorrindo e também quis "folhear" aquele livro. Estranho objeto que lhe causava naquele instante fascinação. Perguntou-me se era bom, já que parecia que tantos haviam lido. Respondi que sim. Pertencia a biblioteca universitária da UFSC e chegava a minha vez de lê-lo pela primeira vez. Para mim livro "velho", "usado", "gasto" de tantas mãos e olhos percorridos são os melhores. Talvez igual vinho. Quanto mais velho, melhor. "Degustar" um bom livro é fazer dele um objeto plenamente usado. Lido. Debatido. Este livro era especial. Não era qualquer livro. Seu estado de uso denunciava se tratar de um livro de uma área específica do conhecimento. A qual muitos tinham interesse. Eu, por-exemplo.
Mas, a reação da Gisella foi a causa de minha contemplação e êxtase. Parei para pensar na importância da leitura e o quanto a família tem um papel primordial neste sentido. Ela jamais se encantaria pelo livro se não houvesse sido incentivada desde a tenra infância a gostar de ler. Lembro das primeiras histórias contadas. Da época da coleção do Gibi da Turma da Mônica, dos clássicos infantis de conto de fadas. Das reações de comoção e alegria com os feitos da "Bruxa Má", do "Príncipe" ou "Branca de Neve". E das inúmeras fábulas lidas. E de quanto hoje é autônoma para selecionar sua própria leitura paradidática e chega ser "crítica" da literatura juvenil indicando ou reprovando certos títulos e autores a outros amigos.
O ato de pensar a respeito se justifica por saber que infelizmente vivo num país onde a leitura verbal escrita não é valorizada. Um país onde milhões de jovens e crianças não tem nem sequer a oportunidade de "folhear" um livro ou gibi qualquer dada a precaridade das bibliotecas públicas de muitas escolas. Onde outros tantos já foram classificados como "analfabetos funcionais". Vivo num país que há a necessidade mais urgente de várias famílias de adquirirem comida, roupas, transporte. E por isso, não reconhecem e nem legitimam um livro como um objeto de investimento pessoal e social que se traduz numa educação melhor. Requerer educação de qualidade é um desejo quase que utópico. E talvez seja isso uma condição pensada. Planejada. Orquestada. Para que demandos de todo tipo continuem acontecendo. E assim páginas de hipocrisia vão recheando a história deste país. Quero contrariar esta lógica e continuar incentivando a leitura e apresentando "encantamentos" vários a possíveis leitores ou novos leitores. O exemplo é o maior e melhor incentivo. O livro que motivou este texto intitula-se "Portos de Passagem" do autor João Wanderley Geraldi e pretende ser um ponto de passagem para o conhecimento da prática pedagógica, linguística e textual. Desejo assim que esta crônica seja um ponto de passagem para conscientizar cada um que dedicou alguns minutos para esta atividade tão nobre, fascinante e complexa: o ato de ler.
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNNfM3zPGWPfOgojbkHzkEka_p2qNiaTzaVLiU-MRtSuTRp9twSIlSd8UbPP3AdcolpOF0e8VJlGJS38v-FN7-yUnJ0wtOu-QWsVpieFAukJxuP4BusrjBWU4Sim_9cbB2M00d-Am1fQ/s1600/DSCN1417.JPG" imageanchor="1" ><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNNfM3zPGWPfOgojbkHzkEka_p2qNiaTzaVLiU-MRtSuTRp9twSIlSd8UbPP3AdcolpOF0e8VJlGJS38v-FN7-yUnJ0wtOu-QWsVpieFAukJxuP4BusrjBWU4Sim_9cbB2M00d-Am1fQ/s320/DSCN1417.JPG" /></a>
Andressa da Costa Farias.
andressacfhttp://www.blogger.com/profile/15623647261254306243noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-4366443135468332067.post-44684883736617016842015-04-18T16:21:00.002-07:002015-04-25T11:52:40.563-07:00Crônica de uma professora de PortuguêsUltima vez que estive na praia, ao ser apresentada para novos amigos, questionaram a minha profissão. Não demorou muito para uma pessoa perguntar como ensino meus alunos a falarem o “Por que” se com o “o” mais aberto ou fechado e quais destas formas seria a correta. Fiquei angustiada. Mas, procurei calmamente esclarecer que a fala tem fatores que podem interferir na pronúncia de determinada palavra ou letra. Gaúchos, sertanejos, nordestinos, catarinenses tem suas especificidades de pronúncia marcadas pelo sotaque. Por exemplo, a palavra “tia” pode ter a pronúncia do “i” mais aberta ou fechada dependendo da região, etc. E que jamais devemos julgar a fala. O que o professor deve considerar e conscientizar seus alunos falantes da língua materna, o português brasileiro, que também é uma variação do português europeu é que a fala além de condicionantes geográficos possui condicionantes sociais, de sexo, idade, etc. Uma criança não falará como um adulto, pois seu repertório linguístico ainda é limitado. Um idoso ou idosa certamente pronunciará palavras do seu tempo cronológico que causará estranheza em pessoas mais jovens. Uma pessoa que more no interior terá suas especificidades de fala, assim como o morador de grandes centros urbanos, etc. Além disso, a fala tem repertórios linguísticos de grupos específicos: skatistas, funkeiros, cantores, médicos, advogados, entre outros utilizam algumas palavras ou expressões próprias do seu grupo que talvez outro grupo não identifique ou não compreenda num primeiro momento.
Mas, todos “sem exceção” devem ter o direito ao ensino de qualidade para utilizarem o português padrão oficial sempre que necessitarem: provas, concursos, elaboração de documentos oficiais, redações, textos jurídicos, textos acadêmicos, publicitários, jornalísticos só serão melhor compreendidos quando dominamos a nossa língua. Jamais recriminei a fala de alunos quando, por exemplo, chegaram me cumprimentando “É nois fessora!” e sim procurei elucidar para eles que mesmo que pronunciem tal expressão devem ter consciência que na língua escrita padrão devem escrever “Somos nós, professora!”. A conscientização do uso e adequação linguística para as diferentes situações do cotidiano deve ser o propósito máximo das aulas de Português.
Geralmente fico tensa quando as pessoas indagam a minha profissão. Ao responder que sou professora de Português fico só esperando perguntas do tipo “Como se escreve tal coisa?” ou pior “Falar de tal forma é correto?”. Esta última pergunta incomoda mais. Logo explico o porquê.
Ser professor de Português deve soar para os outros como uma espécie de dicionário ambulante ou aquele sujeito que tem obrigação “moral” e “social” de falar tudo corretamente com todas as conjugações verbais no seu devido lugar, senão perderá para sempre toda e qualquer credibilidade. Tenho certeza que este sentimento é latente entre os demais colegas da área.
Sempre procuro responder todas as indagações que são direcionadas a mim enquanto professora. Mas, queria que as pessoas tivessem consciência que se o dicionário existe, ele deve ser consultado. Quantas vezes forem necessárias. E que o papel do professor de Português, aliás, do bom professor é de ensinar seus alunos a usarem este livro quando precisarem. Não só enquanto são alunos e sim para vida toda enquanto sujeito cidadão e consciente do uso da sua língua, seja ela falada ou escrita. Gostaria também que todas as pessoas tivessem um excelente ensino de “variação linguística” enquanto estudante do ensino básico para nunca mais julgar os outros pela fala. Na faculdade de Letras a variação linguística é discutida nas aulas de Sociolinguistica.
Voltando a interação da praia. Depois de toda a explicação proferida, a pessoa voltou a questionar outra coisa: “Como você faria se passasse num concurso para dar aula em Salvador, na Bahia?” Eu fiquei espantada. “Como assim?”. E a pessoa respondeu: “Será que eles entenderiam a tua aula de Português com este sotaque tão gaúcho?” Respirei fundo e comecei novamente a explicação. Continuarei tentando. Sempre. Para alunos formais e não formais. Professor não desiste.
Andressa.
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Publicado no jornal impresso DIÁRIO DE SANTA MARIA como ARTIGO intitulado "Sobre a fala e a escrita"
http://diariodesantamaria.clicrbs.com.br/rs/
andressacfhttp://www.blogger.com/profile/15623647261254306243noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4366443135468332067.post-62803010978738848002015-01-25T14:40:00.000-08:002015-03-28T09:17:06.876-07:00Sobre a sensibilidade e o mar<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiV1cAu9rMIDMbtoTYo5PdtfslFBBiNfzPar_qhdbA2dEJzSTQUWYYxCv_ZZxlN0gIkBedS48xwNmDa2VSMuq5TkHu2XTDNeKU7dm_Pj6kKZs9I9RdwCvRa8wMyKipFL0tEjEwvrJPbAQ/s1600/DSCN0822.JPG" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiV1cAu9rMIDMbtoTYo5PdtfslFBBiNfzPar_qhdbA2dEJzSTQUWYYxCv_ZZxlN0gIkBedS48xwNmDa2VSMuq5TkHu2XTDNeKU7dm_Pj6kKZs9I9RdwCvRa8wMyKipFL0tEjEwvrJPbAQ/s320/DSCN0822.JPG" /></a></div>
Em 2008 quando cheguei para morar na ilha de Santa Catarina lembro que o meu maior encanto era ver o mar. E isso independente de estar se “esbaldando” na praia. Eu usava constantemente o transporte público para ir trabalhar e ficava calculando qual seria melhor lugar para sentar e poder direcionar o olhar para o mar. O trajeto previa passagem na avenida Beira Mar Norte. Uma vez uma colega que me acompanhava no trajeto diário riu da atitude. Chegou falar que só quem veio do interior ainda se encantava com o mar, pois quem sempre viveu na cidade, paisagens como aquela já teria sido banalizada. Passaria indiferente ao olhar. Eu fiquei por muito tempo pensando sobre aquilo e hoje já em 2015 cheguei a conclusão que discordo totalmente.
Eu discordo por saber que ainda me encanto e muito com a visão do mar. Seja da Beira Mar Norte ou de qualquer outro cantinho da ilha. Pode ser da Praia do Bom Abrigo. Pode ser de Cacupé. E da praia do Matadeiro. Ou ainda através do Parque de Coqueiros. Contemplar a paisagem do mar e da ponte iluminada ao fundo a partir da orla de Santo Antônio de Lisboa numa noite de verão ou de inverno. Acredito que banalidade seria não se encantar com tais paisagens. O encantamento faz parte da sensibilidade e que mundo triste aquele em que as pessoas atoladas pela rotina ou stress do dia a dia não conseguem mais se encantar com nada. Nem com a visão gratuita de uma bela paisagem como a do mar.
Cheguei a triste conclusão que quem perdeu o encantamento perdeu um pouco também da vida. Não se encantar com o belo é banalizar a experiência humana no que ela tem de mais sutil: os sentimentos. Somente pessoas sensíveis percebem o que está à frente, mas não se desnuda. E como é necessário que a sensibilidade jamais morra. Jamais pereça. Quem é sensível a uma paisagem, a um sorriso, ao ver uma criança, um idoso, uma idosa, um animal ou qualquer outra presença singela e cheia de vida ou fragilidade faz com que não percamos a esperança num mundo melhor. Mais humano. Mais bonito. Menos cruel. Ser sensível é também ter a capacidade de chorar a dor alheia. E de pedir e clamar por justiça quando há tanta injustiça espalhada na insensibilidade de quem banaliza a violência, banaliza a dor, banaliza o sofrimento. Nada mais causa beleza ao olhar. Nem paisagens magníficas com o a que nos presenteia diariamente a cidade de Florianópolis por ser uma ilha.
Eu desejo sinceramente que independente de terem nascido ou não em “Floripa” que as pessoas jamais percam o encantamento ao que é belo, ao que é bonito. Isso para que sejam sensíveis o bastante para fazer coisas boas e reconhecer coisas boas e si e nos outros. Isso encadearia um mundo melhor. E que espíritos sejam renovados. Renovados como quando saímos de um delicioso e refrescante banho de mar. Um brinde ao litoral brasileiro e suas belas paisagens como a do mar de Florianópolis.
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Publicado como ARTIGO no jornal DIÁRIO DE SANTA MARIA, no dia 03 de fevereiro de 2015.andressacfhttp://www.blogger.com/profile/15623647261254306243noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4366443135468332067.post-89370719675988556682014-12-24T13:58:00.001-08:002015-01-03T08:18:39.813-08:00Prazo de validadeO prazo de validade do ano está chegando ao fim. É tempo de análise. E de reflexão. É tempo de validar ou invalidar pequenas coisas, sentimentos, relações. Verificar o que o prazo está vencendo. O que ainda está para vencer e aquilo que parece não ficar “obsoleto” nunca.
Uma vez meu irmão foi parar no hospital por ter ingerido iogurte com prazo vencido. Relacionei este episódio com a vida. Até as pequenas coisas tem prazo de validade e as grandes também. Às vezes quebram, rasgam-se, desbotam, mancham, escurecem, etc. É assim com os objetos em geral: carros, roupas, calçados, cadeiras, maquiagens, e todos os demais. Alimentos estragam. É preciso cuidar do prazo da validade. Por uma questão de saúde.
Os sentimentos creio que também possuem prazo de validade. Gostamos muito das pessoas e/ou admiramos. Mas, não para sempre. Às vezes basta uma palavra. Um gesto. Uma atitude. Qualquer deslize para que o nosso prazo de validade em relação ao outro expire. Paramos de gostar ou admirar como antes. É inevitável. Sem volta. Sem chances.
As relações também são assim. Algumas parecem para sempre. E o prazo de validade estoura na primeira discussão. No telefonema que não foi retornado. No jeito e na conversa. Na diferença de gostos. Nos projetos diferentes para o futuro. Nas lágrimas. Nas decepções. Não tem volta. Não tem jeito. Acaba o prazo. Não tem mais como revalidar. É o fim.
É assim também com as relações profissionais. De repente, o trabalho o qual estamos inseridos não traz mais aquele entusiasmo, nem aquela alegria. A empresa do qual antes tínhamos orgulho de pertencer, não se admira mais. Seja pelos valores pregados que estão invertidos. Ou ainda pela análise de vida que se faz. E por alguns instantes se dá conta que quer mudar o rumo. A profissão. Mudar de empresa. Mudar de emprego. Mudar de vida. E de estilo de vida. Passa a dar conta que trabalhar para os outros é bom, mas trabalhar para alcançar a felicidade e plenitude de si mesmo é melhor ainda. Assim, também para algumas profissões e relações profissionais o prazo de validade vence. É preciso recomeçar. Se reinventar.
E para que a frustração não tenha lugar na nossa vida é preciso aproveitar. Aproveitar tudo. Aproveitar as coisas, aproveitar as relações, fazer valer as decisões tomadas. Pois, um dia o prazo vence. Fim da linha. Acaba. E enquanto isso não acontece é preciso pensar no grande poeta. O poeta do amor. Aquele que disse “que seja infinito enquanto dure”. Sábio Vinícius de Moraes. Afinal, apenas o amor verdadeiro não fica obsoleto nunca. Acredite. Feliz 2015!
Um grande beijo,
Andressa.
ARTIGO PUBLICADO NA PÁGINA 06 DO JORNAL A RAZÃO-Sta Maria (RS).
Versão digital em: http://issuu.com/jornalarazao/docs/0301/7?e=0andressacfhttp://www.blogger.com/profile/15623647261254306243noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4366443135468332067.post-54117842059440148072014-11-25T15:46:00.000-08:002014-11-25T16:36:09.960-08:00Para os íntimosFaz tempo que não escrevo e escrever para mim é algo muito especial. É quando consigo me encontrar comigo mesmo. Ficar quietinha. Fazer a alma se manifestar através das palavras. Mas, atualmente minha alma anda doente. Acredito que os sintomas desta doença sejam estes: o coração dói, a garganta fica embargada, os olhos geralmente úmidos. Toda “doença” tem uma causa. Vou procurar esboçar rapidamente o que considero ser a causa: decepção profunda. Ainda não totalmente curada.
A ferida demorou a surgir na alma. Meu desejo era que ela nunca tivesse surgido. Mas, nem sempre os desejos são atendidos. Vamos ao histórico da enfermidade. Depois de um bom tempo sozinha comecei até fazer promessa para encontrar um GRANDE AMOR. Destes de verdade. Inteligente. Bonito. Simpático. Engraçado. E de tanto desejar, sonhar, rezar, enfim. Achei aquele que julguei ser o meu príncipe encantado. Príncipe? Melhor, simplesmente meu amorzinho.
Nosso primeiro encontro foi mágico. No início de 2014. Numa noite estrelada de janeiro em Santo Antônio de Lisboa na ilha mágica. Os dias de verão foram passando e momentos maravilhosos fomos experimentando. Barzinhos. Praia. Danças. Pequenas viagens. O encontro e apresentação de ambos para nossas filhas. Ele tinha, assim como eu, uma filha. Tinha a minha idade. Aliás, que orgulho eu sentia dele por ser professor universitário. Revivíamos memórias da infância. Adolescência. Vida adulta. Acadêmica. Muitas vezes ele me cuidou. Fez massagens. Acreditava a cada dia que passava que havia encontrado o homem mais especial do mundo, do universo.
Experimentei momentos inesquecíveis ao seu lado. Assistimos abraçados ao por do sol em Belo Horizonte. Conhecemos as cidades históricas de MG. Andamos de avião. Saí do país com esta pessoa que parecia “linda”. Fomos a Montevidéu no Uruguai. Cantamos juntos as canções dos Beatles num show inesquecível de Paul McCartney. Tudo parecia um sonho. Às vezes, me perguntava se merecia tamanha felicidade. Mas, sempre há uma pedra no caminho, uma vírgula, um porém.
A ferida começou se abrir. Aquela da alma. Quando eu descobri por ele a primeira traição. Depois de uns seis meses de um namoro que considerava “perfeito”. Doeu. Chorei. Fiquei confusa. Mas, perdoei. A alma aguentou firme. Valorizei a atitude de ele ter contato o fato. Precisava dar uma nova chance. Não para ele. Para nós. Para o amor. Que deve ser maior que tudo. No entanto, outra traição surgiu. Desta vez eu descobri sozinha. E da pior forma. Quando o indaguei. Descobri a mentira. A falsidade. A lealdade que julguei que existia, mas que talvez nunca tivesse existido de fato. A ferida na alma ficou maior. Insuportável. Não consegui perdoar. Fui dura. Escrevi mensagens e disse coisas que talvez me arrependa um dia.
Na época que pedia aos céus um amor. Talvez faltou pedir que tivesse caráter. Que fosse puro de coração. Intenso. E principalmente VERDADEIRO. Preferi seguir em frente. Prefiro a minha solidão verdadeira a companhia falsa de alguém. Descobri que a alma já está melhor. A ferida vai se fechando. Aos poucos. E o remédio tem sido os amigos. Aqueles que aparecem quando estamos nas piores horas. Para nos confortar. Para nos alegrar. Para lembrar que o sol brilha lá fora e que precisamos reagir. E assim tenho dado razão ao poeta Mario Quintana que dizia que “a amizade é um AMOR QUE NUNCA MORRE”.
Andressa da Costa Farias.
andressacfhttp://www.blogger.com/profile/15623647261254306243noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4366443135468332067.post-48476488780338842292013-05-30T10:35:00.002-07:002013-05-30T10:35:59.321-07:00A maluquice da LEITURA O Brasil (infelizmente!) tem um dos piores índices de alfabetização plena. Há publicações recentes e recorrentes de que o analfabetismo funcional atinge uma parcela considerável da população. Creio que há circunstâncias e situações que podem impulsionar um leitor e outras que podem afastá-lo para sempre do mundo letrado, sem antes ter experimentado o prazer da leitura.
Ziraldo dedicou uma obra inteira intitulada “Uma professora muito maluquinha” baseada numa experiência real de vida que conta que uma professora especial fez dele um leitor voraz ao propiciar momentos prazerosos de leitura nas aulas. E ele passou de aluno, a leitor e escritor reconhecido mundialmente. Já li de outro escritor renomado que não gostava que suas obras virassem “títulos” para o vestibular, pois acreditava que a leitura deve ser sempre um ato de prazer e não uma obrigação com data determinada para acontecer.
A leitura já deve ser estimulada no âmbito familiar. Infelizmente, nem sempre isso ocorre. Porém, há um lugar em que a leitura deve ser uma constante. E a empolgação para o ato também. Este lugar é a escola. Ali a leitura deve ser regra e porque não matéria de aula? De todas as matérias, disciplinas e conhecimentos. Não só em Língua Portuguesa. Já li de Sírio Possenti que a Escola deveria ser um grande espaço promotor de leitura.
Tenho como postura docente dedicar sempre uma aula ou minutos dela para a prática da leitura. Não de qualquer leitura. Preferencialmente da leitura que dá prazer. É preciso explorar esta leitura para que outras sejam habituais. Nestes momentos costumo levar meus alunos na biblioteca e pedir para que escolham aleatoriamente o material a ser lido. De maneira livre!
Algumas pessoas nem sempre entendem esta postura. Como assim? Deixar os alunos livres numa biblioteca? Deixar que escolham o que vão ler ? E geralmente procuram me dar conselhos ou me avisar de que alguns alunos estão lendo livros “inadequados” à idade deles, livros infantis, revistas, livros Best-seller e não clássicos, etc. Há uma infinidade de “preocupações”. A minha é de que os alunos leiam. E que gostem do que leiam. Não importa se o livro tem poucas páginas, muitas figuras, se é uma revista ou um dicionário. Afinal, é a quantidade de páginas que edifica a qualidade de um livro? Creio que não. Se fosse assim não estaríamos vivendo uma realidade de publicações cibernéticas que exploram muito a imagem, o texto visual e multimodal.
Estes instantes fazem de mim uma pessoa esperançosa de dias melhores em relação à realidade leitora do meu país. Talvez esteja “fazendo trabalho de formiguinha”, talvez ainda seja muitas vezes incompreendida. Porém, tenho certeza que este é o caminho certo. Acredito que um leitor empolgado e apaixonado irá sempre influenciar outros leitores. Quem sabe destes instantes venham a surgir futuramente outros “Ziraldos”. Afinal, maluquice é não ser capaz de ler !
Andressa da Costa Fariasandressacfhttp://www.blogger.com/profile/15623647261254306243noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-4366443135468332067.post-17346966397936370152013-02-03T07:58:00.001-08:002013-02-03T12:22:50.832-08:00Perder é desesperador...Tinha quinze anos quando senti pela primeira vez a tristeza terrível de perder alguém especial. Ela era jovem, loira, bonita, alegre e tinha uma vida inteira pela frente. Teve a chance de viver apenas quinze anos, pois foi "arrancada" da minha convivência e da convivência dos seus entes queridos pela violência urbana brutal. Onde uma bicicleta valeu sua vida num assalto frustado em que o namorado reagiu e o assaltante não a poupou numa rua qualquer em Santa Maria-RS. Lembro que o fato foi muito noticiado naquele ano de 1995 na cidade. Fiquei muito revoltada. Não entendia. Não aceitava. Que lástima !!!
A minha dor foi e é ainda imensa. Lembro que no velório eu chorava muito e pensava "Levanta... levanta daí Luciana". E nada. Não adiantava. Eu pensava isso desesperadamente junto com as lágrimas que ainda escorrem no meu rosto até hoje porque a gente nunca quer e nunca acredita que vai acontecer algo de errado ou inesperado para quem tem ainda muita vida pela trilhar. Para sonhar. Lembro dos planos dela. Das vezes que dividíamos suco de laranja e bala de morango nos recreios de ensino médio. Tudo ficou e ficará para sempre guardado na lembrança e em algum lugar do coração porque amizade é eterna.
Esta tragédia ocorrida em Santa Maria que vitimou tantos e tantos jovens me tocou em especial, por acalentar também esta dor insuportável e incompreendida de ter alguém que se "vai" sem que se queira ir. Afinal, ninguém quer morrer. Ninguém deveria morrer desta forma. Vítima de violência e do descaso de tantas instâncias como o incêndio da boate que deixou em pó a esperança de tantas e tantas mães, familiares e amigos em ver seus jovens voltarem para casa novamente. Perder é desesperador.É de fato muito trágico. Triste. Meu coração está pequeno. Agoniado. Eu queria que isso jamais se repetisse. A saudade eterna é angustiante. Resta a solidariedade que faz brotar amor entre o próximo. Isso é um acalento. O consolo coletivo, a divisão da dor. E que isso salve um pouco a vida.
Andressa.andressacfhttp://www.blogger.com/profile/15623647261254306243noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4366443135468332067.post-59259077025582237352013-01-21T16:55:00.003-08:002013-01-22T03:47:36.025-08:00Gaúcha sim, mas BRASILEIRA mais ainda !Vi agora há pouco a publicação no facebook de uma capa do vinil do Gaúcho da Fronteira. Da época compreendida entre os anos 80 e 90. Lembrei imediatamente que o pai tinha este vinil. Na infância, muitas vezes ouvíamos aos domingos. Mas, confesso que a lembrança não me deixou confortável. Apesar de vários conterrâneos idolatrarem a cultura gaúcha, algumas coisas eu dispensaria.Muitas vezes ia nos bailes porque meu pai achava lindo. Ele argumentava que eram nos bailes que haviam os "melhores partidos" e não nas "discotecas". Afinal, "guri direito" e que curte a tradição deve ser boa pessoa. Tenho certeza que meu pai sempre quis o meu melhor. Mas, como foi bom poder não ir mais nos bailes de CTG por "obrigação". Casei sim, com uma pessoa que adorava o tradicionalismo e frequentava bailes, mas isso não garantiu felicidade para ninguém. O casamento não durou. E não lamento. O local em que se nasce é algo que jamais podemos mudar. Enquanto uns dão "salve" ao terem nascido no RS, para mim isso é indiferente. Eu enquanto gaúcha sei reconhecer o quanto é linda a diversidade linguistica e cultural do país. Tive a oportunidade de conhecer e conviver com cearenses, paulistas,cariocas. E como agora moro em Florianópolis, tenho o maior respeito e admiração por vários catarinenses. Amigos paranaenses. Não é Maria Helena ? Enfim, a cultura gaúcha é linda. O chimarrão é maravilhoso. Fiquei feliz de receber no último final de semana duas primas que nasceram em Santa Maria- RS (como eu!) que hoje moram em Blumenau-SC e chegaram já com o "mate" pronto para me oferecer. Foi lindo ! Mas, fico desconfortável quando percebo qualquer atitude que tenda a ressaltar uma cultura ou região em detrimento de outra. Pavor de ver tantas vezes repassado o texto "Os gaúchos" com tanto orgulho nas redes sociais. Descobri que a jornalista Cora Ronái publicou um livro (2006) cujo título é "Caiu na Rede" que desmitifica a autoria de vários textos. Este é um deles. Atribuído injustamente a Arnaldo Jabor que deu entrevista no livro da jornalista de que jamais escreveu este texto ufanista.Lamentável ! Não repasso nem texto, nem foto, nada que possa dar a entender que um estado ou região é melhor que outra. Tenho que agradecer por ter sido tão bem recebida em outro Estado como o de SC e conviver com pessoas de outros Estados também. O melhor da cultura seja gaúcha, nordestina, carioca é o agregamento. O movimento. O trajeto. Sou gremista, mas respeito os colorados e aqui descobri o Avaí e o Figueirense.Um salve sim, não aos gaúchos e sim aos BRASILEIROS. Todos eles.
Andressa.
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