domingo, 3 de fevereiro de 2013

Perder é desesperador...

Tinha quinze anos quando senti pela primeira vez a tristeza terrível de perder alguém especial. Ela era jovem, loira, bonita, alegre e tinha uma vida inteira pela frente. Teve a chance de viver apenas quinze anos, pois foi "arrancada" da minha convivência e da convivência dos seus entes queridos pela violência urbana brutal. Onde uma bicicleta valeu sua vida num assalto frustado em que o namorado reagiu e o assaltante não a poupou numa rua qualquer em Santa Maria-RS. Lembro que o fato foi muito noticiado naquele ano de 1995 na cidade. Fiquei muito revoltada. Não entendia. Não aceitava. Que lástima !!! A minha dor foi e é ainda imensa. Lembro que no velório eu chorava muito e pensava "Levanta... levanta daí Luciana". E nada. Não adiantava. Eu pensava isso desesperadamente junto com as lágrimas que ainda escorrem no meu rosto até hoje porque a gente nunca quer e nunca acredita que vai acontecer algo de errado ou inesperado para quem tem ainda muita vida pela trilhar. Para sonhar. Lembro dos planos dela. Das vezes que dividíamos suco de laranja e bala de morango nos recreios de ensino médio. Tudo ficou e ficará para sempre guardado na lembrança e em algum lugar do coração porque amizade é eterna. Esta tragédia ocorrida em Santa Maria que vitimou tantos e tantos jovens me tocou em especial, por acalentar também esta dor insuportável e incompreendida de ter alguém que se "vai" sem que se queira ir. Afinal, ninguém quer morrer. Ninguém deveria morrer desta forma. Vítima de violência e do descaso de tantas instâncias como o incêndio da boate que deixou em pó a esperança de tantas e tantas mães, familiares e amigos em ver seus jovens voltarem para casa novamente. Perder é desesperador.É de fato muito trágico. Triste. Meu coração está pequeno. Agoniado. Eu queria que isso jamais se repetisse. A saudade eterna é angustiante. Resta a solidariedade que faz brotar amor entre o próximo. Isso é um acalento. O consolo coletivo, a divisão da dor. E que isso salve um pouco a vida. Andressa.

Um comentário:

Julio Buss disse...

Lembro perfeitamente deste dia... mto triste!!!

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