domingo, 14 de fevereiro de 2016

A vida na Literatura

Oficialmente minhas férias acabaram hoje. Percebi que a praia que mais visitei este ano foi o Campeche, no sul da ilha de SC. Talvez a praia mais literária que existe. Há fortes indícios que o o "poeta da aviação-Antoine de Saint-Exupéry" tenha aterrissado por lá por volta de 1930. E por isso a avenida principal do lugar dá nome ao título do livro mais famoso do autor: Pequeno Príncipe. Há dados de que a obra foi mundialmente traduzida e permanece entre as mais vendidas em vários países. É realmente é um livro encantador. Naquela época a aviação não tinha toda a tecnologia de ponta que existe hoje. E o aviador era antes de tudo um grande aventureiro. O autor viajou para os lugares mais remotos do planeta. E muitas vezes sozinho. Escreveu sobre tais aventuras. Muitas delas em ficar "empenhado" com o avião em pleno deserto e contar apenas com seu próprio conhecimento para consertar o pássaro mecânico e seguir viagem. Suponho que numa destas aventuras ele tenha imaginado um grande amigo que lhe deu forças para continuar voando. Relata ter ficado preso em pleno deserto e com água para apenas 08 dias. E foi nestes instantes desesperadores que apareceu o Pequeno Príncipe. Creio que através desta personagem o autor tenha condensado um pouco de tudo que vivenciou e aprendeu nas suas andanças pelo mundo. Vou citar as que julgo mais interessantes e as que sempre me emociono ao ler: "é mais difícil julgar a sim mesmo que julgar os outros." Assim, conseguir fazer um bom julgamento de si mesmo é ser verdadeiramente sábio. "Para os vaidosos os outros homens são seus admiradores. Vaidosos só ouvem elogios." "Muitas vezes mesmo entre muitos homens a gente também se sente só."Talvez o maior de todos ensinamentos tenha sido o que advém do verbo CATIVAR. Numa conversa travada entre o príncipe e a raposa ela lhe ensinou sobre tal verbo. O animal falou que só seria amiga dele se este a cativasse, ou seja, se ele criasse laço com ela. O pequeno ser compreendeu através do exemplo simples do bicho que cativar é tornar alguém especial. "Haverão mil raposas e mil meninos como tu", mas "se tu me cativas nós teremos a necessidade um do outro. Será para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo também." Neste momento o principezinho lembrou da rosa que havia deixado em seu planeta e sentiu que aquela planta perfumada e efêmera o tinha cativado. Ele se sentia responsável por ela. "Somos eternamente responsáveis por aqueles que cativamos." E há também muita crítica sobre as relações humanas. A raposa conta que "homens compram tudo nas lojas, mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos." Porém, se um ser cativa outro haverá um ritual de amizade. E é por isso que ela ainda "se tu vens, por exemplo, às 16 h desde às 15 h começarei a ser feliz". Não consigo parar o texto aqui sem antes citar um outro ensinamento precioso advindo da obra: "só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos." É preciso descobrir se o aviador conseguiu consertar o avião e seguir viagem ou se acabou morrendo em pleno deserto divagando com a aparição do pequeno ser.Eu poderia continuar a escrever infinitamente os vários ensinamentos e passagens maravilhosas deste livro encantador, mas deixo para os próximos leitores. E de quebra declaro aqui minha paixão incondicional pela Literatura. ***** Publicado como ARTIGO no jornal Diário de Santa Maria (RS), no dia 19/02/2016. Andressa da Costa Farias.

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