terça-feira, 12 de agosto de 2008

Tecnologias e pedagogia?

No exercício de minha profissão de professora, enquanto escrevia no quadro negro
(de giz!) um aluno disparou um “flash” de seu celular, de repente. Inicialmente levei um susto e pedi para que o mesmo guardasse o seu aparelho. Posteriormente resolvi ver a foto tirada e comecei a refletir e sonhar com outro modo do exercício pedagógico.
Visualizando a minha imagem naquela “tela” de celular com giz em punho na frente de um quadro me dei conta que há mais de 20 anos atrás quando sentei pela primeira vez num banco escolar a minha professora possuía exatamente os mesmos instrumentos de trabalho.
Dei-me conta de quanto à pedagogia ainda praticada está falida. A educação brasileira mereceria maior respeito e novas perspectivas. As tecnologias estão ai, em toda parte. O papel do professor deve ser redimensionado e valorizado.
Sonhei com um quadro digital e interativo que eu enquanto profissional de ensino pudesse manipular e “clicar” em ícones, imagens e sons fazendo uma aula interativa e visual. Penso que o professor hoje tem um papel muito mais de orientador do conhecimento do que reprodutor de saberes. Até mesmo porque a grande maioria do saber já está digitalizado, basta ser acessado com orientação adequada.
Também imaginei os alunos com seus notebooks, interessados e construindo junto os seus próprios saberes, sugerindo, adaptando, questionando, pesquisando, lendo. Seus desempenhos sendo repassados aos pais de forma automática através das redes digitais. Etc. Não quero supor que a tecnologia “resolva” os problemas da Educação no país, mas sim o uso das mesmas pelo professor de forma coerente.
É triste constatar a existência de computadores apenas decorativos nas salas de aulas ou laboratórios de informática sempre ocupados. Uns conseguem usar, outros não. Uma lástima.
Sonhei com uma nova maneira pedagógica, quase utópica, mas ideal em tempos de pesquisas cibernéticas e equipamentos digitais, tridimensionais. Talvez se concretize daqui muitos anos ou quem sabe com a coragem e ousadia de políticas sérias e comprometidas com a Educação de qualidade no país.
Em tempos eleitorais registro uma sugestão: reverter todo o dinheiro que “escapa” para a corrupção em investimento na “Educação”. O Brasil seria outro. É preciso sonhar!


Texto publicado na seção ARTIGOS como "Há evolução na educação?" no jornal Diário de Santa Maria no dia 02/09/2008. Em Santa Maria-RS.
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