quarta-feira, 12 de março de 2008

Cultura e Magia

Faz um mês que estou definitivamente morando na Ilha da Magia. Florianópolis já entra para história da minha vida como a cidade que me acolheu de "braços abertos" para eu demonstrar todo o meu potencial profissional obtido através da cidade que me viu nascer: Santa Maria.
Desde meus primeiros dias de vida até os vinte e poucos anos sempre morei na cidade "coração do Rio Grande". Jamais imaginei morar em outro lugar. Tudo mudou depois que entrei para o lugar mais almejado da cidade: a UFSM.
Minha perspectiva de vida se alterou para sempre depois de ouvir meu nome no "listão". Depois que se "cruza o arco" tua mente e teus sonhos criam muitas dimensões. No decorrer da academia(e por causa dela) meus horizontes se ampliaram: seja através das leituras, dos congressos, jornadas, das cidades que conheci, etc.
Lugares e pessoas importantes em minha vida na cidade "cultura": Cesma, calçadão, basílica da Medianeira, farrezão, UFSM, jornais A Razão e Diário de Santa Maria. Amigos, parentes, colegas. Agora ficam para serem visitados.
Depois da formatura vem a incerteza. Infelizmente nem a cidade e nem o RS está oferecendo oportunidades de crescimento profissional. Ai entra Santa Cataria e a "Ilha da Magia".
Oh grande Florianópolis, estou aprendendo a amar muito esta bela cidade que parece mesmo mágica.
A alegria é imensa ao também perceber que a excelência da UFSM faz com que muitos gaúchos estejam na Ilha e formados através da "nossa federal". Já me deparei com médicos, professores e tantos outros profissionais que agora assim como eu lembram de Santa Maria com carinho e com gratidão pela formação acadêmica.
Muito obrigada Florianópolis, estou aprendendo a te amar. Santa Maria agradeço a formação de excelência. Tem um centro acadêmico que exporta conhecimento não só para SC como para o mundo. A cultura levou-me a magia. É fato.

** artigo publicado no jornal A Razão em Santa Maria-RS no dia 08/04/2008

segunda-feira, 10 de março de 2008

Uso das tecnologias pelo professor

Tenho refletido muito sobre a prática docente num contexto de sociedade da informação a que estamos imersos. Tal pensamento me levou a cogitar algumas hipóteses que tenho observado no exercício da profissão de professora. Infelizmente poucos profissionais do ensino usam a internet e as tecnologias para difundir conhecimento ou simplesmente para compartilhar angústias ou práticas pedagógicas. Uma realidade lastimável uma vez que as tecnologias permeiam o mundo que vivemos seja através dos computadores, ipod, telefones móveis, etc. Os alunos dominam com facilidade. Por que , por-exemplo, o professor não se utliza de listas de discussão para expor suas idéias, suas práticas de ensino de sucesso, seus fracassos ou angústias ? Por que não lança mão de tais aparatos para fazer do ciberspaço um lugar para discussão LIVRE e SEM PRECONCEITOS sobre a realidade escolar vigente ? Muitas respostas podem ser cogitadas: falta de preparo tecnológico, falta de tempo, sobrecarga de trabalho ou simplesmente preguiça de ler e digitar. Todavia, acredito que se os professores se utilizassem da tecnologia para compartilhar informações, conhecimentos e discussão pedagógica o trabalho do grupo como um todo seria imensamente enriquecido o que imprimiria maior qualidade ao trabalho docente. Os professores deveriam perceber as potencialidades das tecnologias em rede para se fazerem "ouvidos" ou "lidos" através do ciberespaço. Seria o início da construção de uma nova perspectiva de educação, com maior qualidade. O professor é um dos maiores agentes do processo educativo como um todo e não deve abrir mão de nenhum recurso para fazer uma educação cada vez melhor.

Andressa da Costa Farias
cientista social e professora de Português

** Texto publicado no jornal A RAZÃO em Santa Maria-RS no dia 17/03/2008

para responder.... participe...

"Como construir educação de qualidade no Brasil sem dar voz e vez aos maiores agentes deste processo: os professores ?!"

segunda-feira, 3 de março de 2008

O papel da educação e as várias inteligências

A Escola tem uma diversidade grande de sujeitos inseridos num mesmo contexto de aprendizagem. Refletindo sobre tal perspectiva me pergunto: terá o professor consciência das várias formas de inteligência existentes?
As maneiras de avaliação estão contemplando tais diversidades? Pode a Escola, a Universidade, o professor classificar o aluno como apto ou inapto, reprovado ou incapaz como um rótulo pré-concebido e acabado a partir de alguma habilidade previamente destacada como a única válida para a competência cognitiva do aluno?
Geralmente o que ocorre é isso. Os aprendizes que se adequam a capacidade de reprodução de exercícios prontos, leitura silenciosa, produção (ou reprodução de textos) são melhor avaliados. Muitas vezes o profissional da educação não identifica anseios de criatividade, interatividade e novas formas de aprendizagem do aluno. Não é raro rotular como barulhentos, incapazes de concentração, etc. Aquela premissa “os alunos são uns amores, todos quietinhos fazendo a atividade” que é valorizada “classicamente” na Escola. É esta a escola do século XXI ?
O que se define como um ser inteligente? Inicialmente se considerava o grau de inteligência diretamente proporcional ao tamanho da massa encefálica. Posteriormente, alguns estudiosos vincularam a inteligência a questões hereditárias. No séc.XIX surgiu por Pavlob a Teoria do Condicionamento Clássico onde o meio social ganhou relevância para avaliação da inteligência dos indivíduos. No século XXI surgem os testes de Inteligência ou QI hoje já tão em desuso.
Piaget revolucionou o conceito de inteligência ao perceber que o processo de aprendizagem ocorre de maneira interativa numa relação sujeito-objeto mediada pela ação. Atualmente deve-se considerar a concepção plural de inteligência: a linguística, a lógico-matemática, espacial-cinestésica, corporal, musical, intrapessoal, interpessoal. Acrescentaria também a inteligência tecnológica.
A inteligência lingüística explora a relação áudio-oral a partir do nascimento do sujeito e que posteriormente irá elencar os conhecimentos semânticos, pragmáticos, retóricos e de metalinguagem. A lógico-matemática diferentemente da lingüística tem sua iniciação no universo dos objetos evidenciando fatores que levam a percepção de padrões e produção de raciocínio que envolvam habilidades numéricas.
A cinestésica corporal é a capacidade da pessoa conseguir se expressar de diversas maneiras utilizando o próprio corpo. A musical caracteriza-se pela capacidade de perceber sons naturais, melodia, ritmo, timbre, freqüência, etc. A inteligência intrapessoal leva em conta a capacidade de auto-estima e de identidade de si mesmo. A inteligência interpessoal é a capacidade de perceber distinções de comportamento nos outros. As intenções, os estados de ânimos, os temperamentos, etc.
A tecnológica, acrescentada por mim, seria a capacidade de manipulação dos diversos equipamentos tecnológicos com rapidez, eficiência e coerência. Sejam computadores, celulares, câmeras digitais, etc. Para os mais diversos fins: produção acadêmica, divulgação de fotos, compartilhamento de impressões de mundo através da postagem em página da Internet, etc.
Logo, a Escola deve ser um lugar onde ofereça espaços para o desenvolvimento das várias formas de inteligência, não somente a lingüística, por-exemplo ou a lógico-matemática e sim a corporal, a musical, a intrapessoal entre tantas outras. Um espaço de ampliação de possibilidades e não de desejos frustrados pela nota ou rótulo de algum professor. A avaliação não deve ser única e sim cada vez mais plural e que ofereça condições de demonstração de diferentes habilidades.
Deste modo os sujeitos conseguirão descobrir e demonstrar potencialidades e talentos muitas vezes escondidos. O professor deve estar aberto a tais dinâmicas a fim de incentivar o sucesso e a harmonia do processo ensino-aprendizado que é mesmo cada vez mais complexo. Afinal, a sociedade é uma teia coesa mas infinitamente diversificada e cheia de diferenciações profissionais, sociais e pessoais.

Andressa da Costa Farias
Cientista Social
professora de Português em Florianópolis-SC

Bibliografia de apoio:
Lúcia Salete Celich Dani et al. As várias formas de inteligência. Ed. Pallotti. Santa Maria-RS:1999.

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